Literatura: DANÇAR, DANÇAR, DANÇAR e outras peças literárias

Literatura

Por Redação

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DANÇAR, DANÇAR, DANÇAR
Fábio Campos - 20/06/2022

Nesta madrugada de domingo resolvi por à termo mais esta crônica. Aliás, já vinha-me martelando a mente a vários dias. Confesso que passei a madrugada do sábado para domingo dançando, no salão improvisado da quadra poliesportiva da AABB de Santana do Ipanema, ao som do forró gostoso de grandes amigos: Christiano Oliveira e Banda, e Givaldo Campos, participação de Júnior Boy, que abrilhantaram as festas juninas do ECC (Grupo católico da paróquia de Senhora Santana).

Daí, brotou-me no âmago a pergunta: Por que gostamos de dançar? Inquietou-me o espírito tal questionamento. Do prazer proporcionado pela dança. O porquê de sairmos de nossas casas, e nos dirigirmos aos salões de festa, e passarmos horas a bailar, envolvidos pela música, numa troca harmoniosa de sentimento, cumplicidade, entrega, e identidade com as pessoas com as quais dançamos. E de como isso sempre fez parte de nossa cultura. Os bailes de formatura, um marco, na vida e na história de tantos de nós. Os bailes de época, como as festas de debutantes, de datas cívicas, de clubes de serviço, de festivais, de padroeiro e de final de ano.

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O RIACHO/AÇUDE DO JOÃO GOMES
Pe. José Neto de França - 16/06/2022

Conheci o riacho do João Gomes ainda criança, por ocasião das minhas idas aos sítios Serrote dos Franças e Serrote dos Bois, onde residiam meus avós e tios paternos e maternos, além de outros familiares.

Nos arquivos de minha memória, já amareladas pela linha do tempo, estão as imagens de quando o “João Gomes, alimentado pelas águas de outros pequenos riachos ao longo de seu leito e de outras águas vindas das encostas em alguns pontos de seu espaço geográfico, por ocasião dos invernos mais intensos, desciam, hora turvas e “avassaladoras”, hora serenas e cristalinas. Quantas vezes em épocas de cheia, literalmente tremendo de medo, o atravessei sendo carregado nos ombros de meu pai!

O ponto onde fazia a travessia, a pé enxuto ou não, via-o como enigmático. Os outros pontos, no sentido de quem vai para os Serrotes dos Franças e dos Bois, eram: as “Tocalhas”, onde fica uma pequena capela num ponto no qual dizia-se que foi fruto de uma emboscada num passado distante, esta antes do João Gomes; a casa do seu Benedito Clemente (in memoriam), um senhor que sempre deixava um “purrão” – pequeno pote – cheio de água doce e um caneco para os transeuntes que passassem por ali saciar a sede, esse logo após o riacho; a casa de umas irmã de papai, tia Marina (in memoriam) e tio Pedro Maciel (in memoriam), seis quilômetros após o João Gomes, ponto esse que seria ó último antes do Serrote dos Bois; e o Povoado Olho d’Água do Amaro, se a direção fosse no sentido do Serrote dos Franças.

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RISCOS & RABISCOS
Djalma Carvalho - 13/06/2022

Há poucos dias, li o livro Riscos & Rabiscos (Editora SWA Instituto, Santana do Ipanema, 2022, 179 páginas), de autoria do santanense Francisco de Assis Farias, Tamanquinho ou Shyko Farias.
No sadio recesso do lar do senhor José Vieira de Farias e Dona Aristéa Vieira de Farias (ambos, de saudosa memória), pais do autor, sempre houve as seguintes situações familiares em abundância: sorriso, riso e apelido.
Quanto a riso, por exemplo, disse Graciliano Ramos: “O riso é a beleza do rosto.” Outro escritor, Eduardo Martins, autor do livro Com Todas as Letras, também disse: “Um rosto sorridente é um sol brilhando.” Mestre Aurélio acrescentou: “Sorrir é rir sem ruído.”

Quem sorri, quem ri, é pessoa feliz, de bem com a vida. Então, vamos rir à vontade, como se viu no conselho de uma idosa de 92 anos: “Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar.”

O sorriso é tão importante que o colega escritor Luiz Antônio de Farias, Capiá, tratando da biografia de sua família, deu a seu livro publicado em 2013 o título de A Saga da Família Sorriso.
Quanto a apelido, na Família Sorriso há vários e carinhosos apelidos, a partir do senhor José Vieira de Farias, que durante toda a sua vida foi tratado por Zeca Ricardo. O filho Luiz Antônio, por exemplo, acrescentou ao seu nome o apelido Capiá. O autor de Riscos & Rabiscos foi sempre tratado por Tamanquinho e, agora, Shyko Farias. Mais dois filhos do referido casal têm o apelido de Jota e Sarapó.

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O SERTÃO NORDESTINO E O CACTO
José de Melo Carvalho - 08/06/2022

Não foi à toa que vim falar do mandacaru, planta cactácea da família botânica de arbustos, árvores, lianas e subarbustos. Representa, a meu ver, o símbolo de sobrevivência do nordestino. Tem as suas folhas reduzidas a espinhos, que em determinada época do ano, dão flores de cores vivas e muito bonitas, que desabrocham à noite e murcham ao nascer do sol. A polpa branca é comestível e fitoterápica. As pequenas sementes servem de alimento a aves diversas.

Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e Zé Dantas, compositor, celebraram o papel do mandacaru na vida do nordestino em O Xote das Meninas: “Mandacaru quando fulora na seca é sinal que a chuva chega no sertão...”

Resistente às intempéries, o mandacaru salvou a vida de pobres famílias, vítimas de terríveis e históricas secas nos sertões nordestinos. Alimenta famílias e o gado do pequeno rebanho, até o secar das reservas hídricas das grotas, riachos, cacimbas, tanques de pedra, poços de lajedos e pequenos açudes. Mandacaru é planta comum em quase todo o Nordeste, como o alastrado (xiquexique), o quipá, a palma grande, espinhenta, e várias outras espécies de vegetação.

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