MACEIÓ RIMA COM FORRÓ

Crônicas

Fábio Campos

Folheando outro dia um dos classificados da Telemar. Na parte introdutória, encontrei, além de lindas (e bem produzidas) fotos das praias alagoanas, uma referência sobre a origem do nome da capital do nosso querido estado das Alagoas: Abre aspas “Os índios tupis, maravilhados com os fenômenos da natureza que aqui ocorriam, passaram a chamar o local de “MAÇAYÓ” ou “MACEIÓ-OK” que significa “o que tapa o alagadiço”. E assim surgiu o nome Maceió. A cidade teve sua origem em um antigo engenho de açúcar por volta do século XVIII. Maceió passou depois a exportar fumo, coco, couro e especiarias. Em 1915 tornou-se Vila e em 1839 já era a capital da província das Alagoas(...)” Fecha aspas. O que passo a comentar agora, refere-se justamente a isso: A origem de determinados nomes, e de como a diversidade cultural está intimamente relacionada a essas criações. E de como as diversas vertentes culturais contribuem para enriquecer, ainda mais o nosso folclore. A palavra forró por exemplo, a maioria de nós, aprendeu na escola que ela originou-se do inglês. For = para; or (ó) = todos. Festa popular onde todos, (leia-se aqui: o povão) teria acesso irrestrito. Hoje já há quem conteste essa versão para a origem do termo forró. A palavra seria nada mais que uma onomatopéia, ou a personificação do som produzido pelo fole da sanfona: forró-fó-fó. Há ainda quem acrescente aí uma informação nova: Teria sido um repórter britânico (da BBC londrina) que teria vindo ao sertão para fazer a Biografia de Lampião e criou o termo ao se referir aos “réla-bucho” ao som da concertina. Se se trata apenas de folclore, ótimo! Pois folclore é justamente isso, sabedoria popular, o que vem do povo. Pra concluir meu raciocínio volto a falar sobre a origem do nome da capital, do nosso estado. Ainda pequeno, eu ouvi diversas vezes minha mãe contar, e isso ela contava porque já ouvira de seus avós, que o nome Maceió nasceu assim: Havia uma tribo de índios advinda do interior dos sertões que resolvera ocupar a região dos mangues. E chegaram a praia. Ao procurar um lugar para sentar e assim poder descansar, um índio, achou de sentar-se justamente sobre um cesto, feito de vime (varas flexível tirada do vimeiro), que na língua tupi era chamado de Ayó. Outro índio enciumado, pois o Ayó lhe pertencia, repreende o índio sentado no cesto : - ‘Massa Ayó! Querendo com isso dizer para o outro, que ele estava “amassando” o seu Ayó. E a expressão ficou. Lugar do Massayó. Ao que concluímos que de Massayó para Maceió trata-se tão somente da questão de aportuguesar a expressão original do linguajar tupi.



S. Ipanema- AL Outubro/2006

Crônica publicada em 02/01/2007

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