JOÃO “CARRINHO”

Crônicas

Fábio Campos

A Praça da Bandeira, já foi palco de muitas histórias interessantes para muitos santanenses. E tem um ponto que é referência quando se fala na praça do monumento.Esse ponto é A Toca. No tempo de seu Nôzinho o ponto chamava-se “O Pingüim”! Inclusive, ornavam as paredes laterais, o desenho de dois habitantes do pólo Sul!(Ave graciosa que aparenta estar usando fraque!). Depois de seu Nôzinho o seu filho, o saudoso Ialdo Falcão, tomou conta e continuou sendo O Pingüim. Depois foi mudando de nome conforme os proprietários que foram tomando conta e sucederam a Ialdo. Um tio de Airles Miranda (CEAL) vindo do sul do país, tomou posse do estabelecimento. E dizem, que devido a sua semelhança física com uma ave da família dos galináceos: O pato. Ele resolveu mudar para Toca do Pato. E toda uma geração concebeu aquele estabelecimento por essa denominação. A ponto das pessoas mais jovens, até ignorar que A Toca, um dia, tenha tido outros nomes. Outro proprietário também quis registrar sua passagem por ali e mudou o nome para Toca do Jacaré. Tratava-se de seu João que fazia uma alusão a sua terra natal, Jacaré dos Homens. Mas este novo nome não “emplacou”. E outros jacaréenses passaram por ali como proprietário: Luiz (Lula lelé) que não mudou o nome. E seu Arlindo que re-adotou o nome que já estava consagrado: A Toca do Pato. Seu Arlindo é o pai do protagonista desta crônica, o nosso amigo João “Carrinho”. Pra um leitor mais incauto, contemporâneo de João. Urge lembrar que João “Carrinho” foi o fundador do time Guadalajara que tantas lembranças boas nos evocam! Certa ocasião, ia eu ao Banco do Brasil, a mando de mamãe, quando percebi um aglomerado de pessoas no beco que dá acesso ao Tênis Club Santanense. Fiquei curioso, e mais ainda ao notar que se tratava de uma “roléta”, era este o apelido das brigas de rua, quando dois de nós nos desentendíamos. E o que vejo: João “Carrinho” aos gritos, esculhambava o maior maloqueiro que Santana já viu! Marcos Virgulino. E um magote de menino arrodiando! Atiçando a briga! Marcos Virgulino, manhoso rebatia as imprecações e gesticulava também, e saltitava, se armando pra brigar, muito embora mantivesse distância, e sem tirar o olho de João, estudando seu adversário. Em dado momento Virgulino investiu contra João e desfechou-lhe tamanho murro no olho. A potência do soco foi tanta que João, coitado, pego de surpresa, foi a nocaute. Levantou-se aturdido, tonto! Mas Virgulino já havia saído em desabalada carreira, se considerando o vencedor da luta. Em questão de segundos o olho do nosso amigo inchou, mas inchou tanto que fechou! Era um hematoma só! E tinha uma forma horrorosa! Como se alguém tivesse enfiado uma laranja dentro daquele olho. E lá fomos nós e o nosso amigo João, ainda atordoado na casa do amigo “Peba” (DNER), para ser socorrido. Colocaram gelo, E passaram pomada, mas só serviu pra inchar ainda mais. Ao cair da tarde João resolve retornar as suas atividades. Mas não sem antes, fazer um pedido aos colegas, que nada contassem do ocorrido, a ninguém. Chega na Toca tentando disfarçar, o olho inchado. O pai se aproxima, procura encará-lo. E indaga taxativo: - O que foi isso no olho?
– Foi uma abelha, pai!
- É. E o murro onde pegou?

S. Ipanema-AL. 22/09/2007

Crônica publicada em 15/01/2007

Comentários