A natureza na sua sabedoria inacessível aos olhos humanos, quando os gases segregaram as águas, e a terra se fez. As nuvens se fizeram nos espaços siderais, e eis que, surge a terra com suas serras, vales, rios e depressões, cabendo ao homem o aprimoramento de seu habitat, como eterno remodelador de seu ambiente. Encontra-se no seio da terra as pedras dos mais variados naipes desde a mais bela ametista, ao refinado ouro, sem esquecer o valor das pedras porosas além de enormes rochedos como a espantar o homem pela sua colocação nos mais diferentes tipos e aspectos, em seu ordenamento mundo afora.
Partindo deste paradigma, encontramos uma enorme pedra há dois quilômetros do povoado de Pedrão, que lhe legara esse nome, dado o tamanho dessa pedra gigante, medindo aproximadamente cerca de trinta mil metros quadrados, num só bloco. Sim, prezado leitor, é verdade, sendo a maior pedra em tamanho do Estado de Alagoas, colocada esplendidamente, pela mão dadivosa da mãe-natureza causando muita admiração a quem a visita, sendo realmente um ponto turístico e aprazível, para se visitar e passar um belo fim de tarde, visto sua posição geográfica propiciar ao visitante um belo panorama em todas as direções, deixando deveras, as pessoas estupefatas ante a beleza rudimentar da “Pedra do Céu”. Por que esse nome, perguntará o leitor? Ora, o nome se deve ao valor que a citada pedra oferece a vizinhança, além de sua beleza natural, no seu topo, existe um enorme açude, cuidadosamente limpo, e cheio de boa água e potável, de onde as famílias adjacentes retiram água para beber e suprir suas necessidades de casa. O acesso à pedra é fácil, podendo-se subir até de carro, visto possuir uma boa rampa esculpida pela própria natureza. Nos anos setenta, o cidadão Pedro de Silva, quebrador de pedra para confecção de paralelos destinados ao calçamento da cidade de Olho d’Água das Flores, fora atingido num olho por um fragmento de pedra, então aquele cidadão fez um voto a Santa Luzia que, se ficasse bom do olho, realizaria uma novena em cima da “pedra do céu”. Dias depois ficou curado, e realizou uma grande novena conforme prometera, este articulista participou ativamente daquele movimento, inclusive, assistindo a novena, que serviu de tema para um de seus livros intitulado Kakum Joana, lançado anos depois, hoje em edição esgotada.
Visto tudo isto, o povo na sua sabedoria popular, batizou aquela enorme pedra como a “Pedra do Céu”, por ser uma dádiva de Deus, em agraciar aquele local como um monumento natural, e lá está a “Pedra do Céu” na sua exuberância singela a desafiar a inteligência do homem do século XXI. No seu dorso, existem pequenas pegadas, ou marcas, assemelhando-se a pé humano, que a crendice popular, crer que é o rastro do menino Jesus, quando o Pai Eterno fez a pedra, e seu filho brincando pisou nela, deixando seus rastros. Outros afirmam que em noites de lua, ouve-se o ranger de carros de bois nos arrabaldes da pedra, são carreiros do passado em movimento, outros vêem fogos corredores (Fogos-fátuos) pulando nos galhos das árvores próximas a pedra lendária (dizem que a origem do fogo-corredor era o compadre e a comadre, que namoravam quando viviam na terra, e depois de mortos, viraram fogos-corredores), tudo isso faz parte da sabedoria popular.
“A pedra do céu”, inicialmente, pertencia ao cidadão Maciano dos Santos, que sempre a preservou, com seu falecimento, por direito, passou para sua filha Dona Sila, que também veio a falecer, e hoje pertence à neta da família Santos, Lucila Santos, dona do reisado Santa Joana Guerreira. Lucila cuida com muito carinho e cuidado daquele local, mas fica satisfeita quando as pessoas visitam a pedra. No final do ano 2006, o vereador Jorge Duarte, aprovou uma indicação de sua autoria na Câmara de Vereadores, tornando aquele local como patrimônio municipal, mesmo pertencendo a Lucila Santos, não impede que, a prefeitura dê seu apoio devido, na preservação daquele local histórico de Olho d’ Água das Flores. O prefeito Nen, homem sensível à cultura olhodaguense, fez construir uma bela estrada dando acesso a “Pedra do Céu”, propiciando assim, a condição de todos interessados visitarem aquele local histórico.
*Antonio Machado é da ACALA e da AAI.
Essa crônica foi enviada para a redação do Portal Maltanet pelo nosso amigo
Carlos André Paes Barreto dos Anjos (Prefeito NEN).
Cronica publicada em 02/04/2007
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