Animado pela leitura do livro entitulado : “À Sombra do Umbuzeiro”. Em que li irmãos meus como: Fernando, Sérgio e Selma Campos, o primo Cláudio Soares Campos, e tantos outros amigos a exemplo do prefaceador do livro o ex-diretor da ESSER Manoel Augusto de Azevedo, figura pelo qual tenho profunda admiração. Ao lê-los, relatando ali fatos pitorescos de nossas vidas, e de tantos santanenses desde a tenra juventude de anos idos. Propus-me a publicar aqui, também umas crônicas, que na verdade já as tinha escrito. Embora as mantivesse o tempo todo guardadas como lembranças boas de um velho diário. Aguardando uma oportunidade de publicá-las um dia. A história que passo a contar é sobre a figura de meu pai, o senhor João Soares, ou “seu” João Soares como era conhecido. Meu pai fora proprietário de uma mercearia ali na praça da bandeira, por trás da toca entre as décadas de 60 e 70. Costumava abrir as primeiras horas do dia. Preparava ele mesmo um gostoso café e aguardava a chegada de uma seleta freguesia que logo, logo começava a chegar: Entre eles, Izaias Rego, Darras Nóia, Seu Marinheiro, seu Leuzinger do hotel, seu Alberto Agra (seu compadre), Seu Abílio(Casa Atrativa) e tantos outros que não lembro os nomes agora. A permanência no estabelecimento não durava muito e tinha o objetivo maior, trazer as lembranças de tempos vividos por eles.Mas tinha alguns fregueses que eram aguardados com atenção especial, a exemplo do barbeiro Firmino (assim como seu Alberto da Farmácia, este também ainda é vivo, e exerce ainda a profissão de barbeiro) isso porque era com eles e sobre eles que se lembravam de resenhas engraçadas que a todos faziam rir e se descontrair.Em certa ocasião estavam todos a conversarem e o papo rolava em torno das viagens que papai fazia a Caruaru para comprar mercadoria. Daí papai saiu com essa: Ao visitar um fábrica de doces de goiabada naquela cidade pernambucana, perguntava ao proprietário : O que é que vocês colocam no produto para o doce ficar assim tão gostoso, macio...? Ao que o dono da fábrica respondeu: -Olha seu João, a gente coloca 10% de goiabada e o restante põe qualquer merda mesmo!
Crônica publicada em 01/10/2006
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