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Literatura

Por João Neto Félix Mendes - https://www.apensocomgrifo.com

Igreja Sagrada Família

Você sabia que a Igreja da Sagrada Família foi construída sobre um antigo cemitério demolido às pressas e contra a vontade do povo?

O escritor e historiador Virgílio Agra, relata: “Tudo começa com o surgimento da primeira rodagem começaram a circular os primeiros caminhões. O primeiro automóvel a circular na cidade do qual se tem notícia pertencia ao Coronel Delmiro da Cruz Gouveia (1863-1917), que fizera fortuna exportando peles do sertão nordestino para os Estados Unidos. Morava no povoado de Pedra, hoje cidade de Delmiro Gouveia, onde construiu sua fábrica de linhas “estrela”, e foi o pioneiro da exploração hidrelétrica do Rio São Francisco.

Para poder viajar com seu automóvel do povoado de Pedra até a capital do estado, Delmiro Gouveia mandou construir uma estrada ligando aquele povoado à Vila de Sant’Ana da Ribeira do Panema. Cobrindo uma distância de cerca de 90 quilômetros, a estrada foi construída de modo que entrava em Santana passando exatamente pela Rua dos Coiteiros. Anos após a morte do Coronel pioneiro, a rua pela qual ele entrava na cidade foi rebatizada com o seu nome, justa homenagem. Havia um pneu do veículo de Delmiro Gouveia no “Museu Histórico e de Artes Darras Noya” que sumiu nas mudanças de endereço das coletâneas.

Cita o escritor que a igreja de Senhora Santana havia sido construída junto a um antigo cemitério. Com a ampliação da igreja o cemitério da povoação foi transferido para outro platô da serra, ainda mais alto, surgindo, naturalmente, uma estrada que ligava o centro a este último. Nesse ponto, a estrada fazia uma curva à direita e, desviando o terreno do campo-santo, fazia a interligação com a estrada nova. Percebendo que o traçado da rodagem passaria por uma área por trás do cemitério, o Coronel Lucena, na época prefeito da cidade, tomou uma iniciativa que mexeria com quem estava quieto.

Decidiu construir um novo cemitério, denominado “Santa Sofia”, e demolir o velho cemitério. Em seu lugar seria aberta uma avenida que encontraria no futuro a continuidade da estrada nova. A decisão causou muita controvérsia, primeiro por mexer com indivíduos que deveriam descansar em paz e segundo porque o translado dos restos mortais ficariam por conta das famílias dos defuntos. Como nem todos tinham recursos para pagar as custas o trato dispensado a muitos dos ocupantes do terreno apresentava-se incerto.

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