Eucalipto: Perspectivas de desenvolvimento para o Estado de Alagoas

Geral

Por João Francisco das Chagas Neto (João do Mato)

Na última segunda-feira (15), em uma tenda armada no meio de um Eucaliptal da Usina Cachoeira no município de Maceió, foi anunciado pelo grupo Carlos Lyra a criação de uma joint venture entre a Usina Caeté e a Duratex para criação de uma empresa de exploração de eucaliptos e a implantação de uma fábrica para funcionar no início de 2019 para seu processamento. Como também, toda tecnologia empregada na implantação da cultura do eucalipto e na futura colheita.

A Eucatex é uma empresa nacional que conta com diversas fábricas espalhadas pelo Brasil e na América do Sul e é atualmente a maior produtora de MDF para o mercado mundial, segundo foi anunciado.

O Grupo Carlos Lyra é um dos grandes grupos nacionais produtores de açúcar, álcool e energia com filial no estado de São Paulo e agora através dessa joint venture entrará no ramo de floresta.

Além da apresentação na tenda, os visitantes percorreram as áreas plantadas de eucaliptos no ano de 2013 já com 18 meses de implantados no total de 1530ha e áreas de plantio efetuados este ano de 2014 com aproximadamente 1800ha, perfazendo uma área total plantada nos dois anos de 3330ha.O projeto agrícola está previsto uma área de 13.500 há para abastecimento da fábrica com uma produtividade entre 40 a 50 m3 de madeira /há/ano e dois ciclos de seis anos para cultura implantada.

O que chama a atenção nesse projeto da Usina Cachoeira é o aproveitamento de áreas de declives mais acentuados. Atualmente essas áreas estão ocupadas com cana-de-açúcar, mas ao longo da implantação do projeto serão substituídas pela cultura do eucalipto. Ou seja, a cana de açúcar só irá ficar nas áreas onde possa ser colhida e plantada mecanicamente.

Espera-se com a tecnologia dispensada a essas áreas remanescentes de cana um incremento de produtividade acentuada para compensar em parte a perda da área para outra cultura.

Quanto ao eucalipto que ficará na área declive mais acentuado, hoje, em função do tipo de cultura, já existem máquinas operando em áreas de declives semelhantes em Minas Gerais e São Paulo desde o plantio até a colheita que já estão sendo utilizadas nesse projeto.
Outro assunto comentado pelos expositores no evento, foi um projeto financiado pela Federação das Indústrias de Alagoas que será oportunamente apresentado em Brasília ao futuro ministro da área para implantação de uma terma elétrica movida à biomassa oriunda do eucalipto.

O projeto contempla uma terma elétrica para geração de 33 MWH e uma área de abastecimento de matéria prima de 10.000ha, basicamente em áreas de declives acentuados.

O projeto só será viável se o MWH for vendido por R$ 250,00. Atualmente esse preço no mercado SPOT está sendo negociado por R$ 800,00/MWH para termas movidas á diesel. Hoje toda energia de biomassa é uma incógnita diante da queda acentuada do petróleo no mercado mundial que passou de U$ 110,00/barril para U$ 62,00 na semana passada.

O mais importante de tudo isso é que novas perspectivas estão surgindo. Pelo menos agora temos um sonho para sonhar.

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