ALBERTO NEPOMUCENO AGRA (* 19/04/1921 + 22/01/2014)- Filho de Pedro Rodrigues Agra e Jovita Nepomuceno Agra, de uma prole de nove irmãos. Nasceu em 19 de abril de 1924, em Santana do Ipanema, na Praça da Matriz (atual Praça Coronel Manoel Rodrigues da Rocha), onde hoje funciona a Casa das Alianças.
Ainda criança, juntamente com o seu irmão Djalma, ajudava o seu pai no armazém de compra e venda de cereais, mamona, algodão e peles de ovinos, caprinos, bovinos e animais silvestres. Realizava ainda outras tarefas, como buscar leite no local situado atrás do prédio da antiga Empresa de Luz (atual Loja Casa Nova, situada na Rua Barão do Rio Branco); esse leite era vendido de casa em casa e na residência do Sr. Pedro Agra. Nesta tarefa era auxiliado por seu irmão Aroldo, dois anos mais novo ? tinham oito e seis anos de idade, respectivamente.
Estudou no Colégio Santanense, pertencente ao Sr. Flávio de Araújo Melo (irmão do Major Darcy de Araújo Melo) até o 4º ano primário.
Aos 10 anos de idade, foi entregue aos cuidados do seu tio Manoel Nepomuceno (Ferrageiro), devido a problemas de saúde da sua mãe e posterior falecimento. O tio encarregou-se da sua educação, enviando-o para estudar no Recife (1935) e em Maceió (1937). No Colégio Nóbrega ? Recife cursou o admissão e 1º ano ginasial, concluindo o ensino médio no Colégio Diocesano de Maceió.
De volta ao Recife, seu primeiro emprego foi aos 17 anos, em 1941, na Pharmacia e Drogaria Conceição. Como não foi remunerado por ser aprendiz, pediu demissão. Na Chapelaria MR Machado & Cia, passou a receber 100$000 (cem mil réis) insuficiente para pagar a pensão onde morava, cujo valor 65$000 (sessenta e cinco mil reis) por quinzena. Fez então um apelo ao seu tio Manoel Nepomuceno, que durante quatro meses enviou recursos até receber salário de 150$000 (cento e cinquenta mil réis). Escreveu ao tio informando o aumento e agradecendo a ajuda, passando a viver por conta própria.
A guerra continuava, a Alemanha dominava a Europa e o Oceano Atlântico. Certo dia, um cliente da Chapelaria deixa um jornal no balcão, com um anúncio que lhe chamou atenção: ?Voluntários para o Exército...?. dirigiu-se então ao Quartel General e pediu informações sobre os documentos necessários. Precisava, dentre outros, de autorização do pai, por ser menor ? tinha apenas 17 anos. Solicitou por telegrama a sua emancipação e na semana seguinte recebeu o documento, indo ao quartel: alista-se, faz exame de saúde e é informado sobre o dia em que deveria se apresentar nos casarões das ladeiras de Olinda, onde os voluntários eram abrigados. Ao se apresentar, recebe uma esteira e um travesseiro recheado de capim.
Seu batalhão, 0 30ª BC, parte para Fernando de Noronha, a bordo do navio costeiro ITATINGA.
As agruras, dos tempos de Guerra, eram grandes, em relação a alimentação, dormida e doenças parasitológicas, por conta do grande número de soldados em apertados ambientes.
Ao ser promovido a cabo, foi transferido para o 15º Regimento de Infantaria em João Pessoa ? PB.
DE dezembro de 1943, já promovido a sargento, a julho de 1944, se especializa em assuntos de guerra, no campo de Aldeia-PE.
Ao ser anunciado, em seu pelotão, que se precisaria de voluntários para completar o contingente do Rio de Janeiro, foi o primeiro a dar um passo a frente, embarcando no navio ALMIRANTE JECEGUAY, com mais 600 companheiros, Em 07 de julho daquele ano, desembarca da Baoa de Guanabara.
Aos 20 anos, em 1944, foi para a Itália, com a graduação de 3º sargento, integrado à Força Expedicionária Brasileira (FEB), a fim de combater na II Guerra Mundial ao lado das Forças Aliadas, onde permaneceu durante 10 meses. Retornando ao Brasil como herois, pela sua atuação no campo de batalha.
Volta à Santana do Ipanema depois de findar a guerra e assume a gerência Casa O Ferrageiro, na época pertencente ao Sr. Manoel Nepomuceno, nos anos 1946 e 1947, tendo como colega de trabalho o Sr. Bartolomeu Barros, que o sucedeu no cargo.
Iniciou como comerciante do ramo farmacêutico em 1947, tendo como sócio o senhor Hermínio Tenório Barros, conhecido como Moreninho, até 31 de dezembro de 1950.
Casou com Rosa Marques Agra em 26 de maio de 1949, com quem teve nove filhos: Jovita (Médica), João Tertuliano (Engenheiro e Professor Universitário), Marta (Analista de Sistemas), Manoel (Farmacêutico), Berta (Terapeuta Ocupacional), Rosa Maria (Terapeuta Ocupacional), Alberto Filho (Veterinário) , Priscila (Farmacêutica) e Adriana (Recursos Humanos); tem 12 netos e 02 bisnetas.
Em 1951 inaugurou o primeiro transporte diário de passageiros de Santana do Ipanema a Maceió, das segundas às sextas-feiras, cujo motorista era o Sr. José Queiroz Oliveira (Zé V-8). Essa empresa, pioneira em sua atividade, teve vida efêmera, tendo sido encerrada no mês de dezembro do mesmo ano.
De 1951 a 1954 trabalhou para a firma Domício Silva & Cia Ltda.
Em março de 1954, fundou a Farmácia Vera Cruz.
Foi sócio-fundador e presidente do Rotary clube e do Lions Clube de Santana do Ipanema ainda hoje é sócio deste último; fundador e primeiro presidente da Companhia Telefônica de Santana do Ipanema; fundador e primeiro presidente da Associação Comercial de Santana do Ipanema; fundador do CDL de Santana do Ipanema; é membro da Loja Maçônica Amor à Verdade, tendo sido venerável por dois anos; é sócio-fundador e foi presidente do Tênis Club Santanense; foi fundador, diretor e professor do Ginásio Santana, é membro da diretoria do Colégio Cenecista Santana, é sócio da Associação Nacional dos Veteranos da FEB (Força Expedicionária Brasileira) - seção de Pernambuco e da Associação dos Ex-Combatentes ? seção de Alagoas.
Todas estas instituições ainda hoje funcionam plenamente. A Companhia Telefônica de Santana do Ipanema, inicialmente independente, foi incorporada, como todas as outras existentes no Estado, por decisão governamental, à Companhia telefônica de Alagoas (CTA), posteriormente denominada TELASA, TELEMAR NORTE LESTE S/A e atualmente OI.
Em 2001, 56 anos após o término da guerra e juntamente com os seus companheiros remanescentes e alguns parentes dos mesmos e dos que já se foram, realizou uma visita à Itália, fazendo todo o percurso realizado durante a guerra, inclusive reencontrando pessoas que conheceu na época.
Em 2008, após muita luta, conseguiu a aprovação da reserva particular de Patrimônio Natural da tocaia (RPPN), sendo a primeira unidade de conservação do Bioma Caatinga do estado de Alagoas. Com esta iniciativa a área preservada será perpetuada para as futuras gerações.
Em julho de 2010 retornou à Itália com um grupo de Veteranos da FEB, percorreu cidades que foram palco de combates na II Guerra e também participou de solenidade em homenagem aos Pracinhas brasileiros presentes. Visitou ainda Paris e Londres.
Em 08 de maio de 2011 participou em Paris, da solenidade em comemoração ao Dia da Vitória, no Arco do Triunfo, acompanhado de ex-combatentes franceses. Visitou a Normandia (local do desembarque das tropas aliadas), e a Gruta de Lourdes.
Atualmente, aos 89 anos de idade e sua Farmácia Vera Cruz com 58 anos, Alberto Nepomuceno Agra, o progressista, ambientalista e protagonista de ações que sempre engrandeceram e engrandecem Santana do Ipanema; este filho ilustre que muito nos orgulha, continua a nos dar lições de amor pela causa da preservação da natureza, O PRINCÍPIO DE TUDO, costuma de dizer: ?Gosto de pensar nas futuras gerações?.
As imagens a seguir são da viagem feita pelo Sr. Alberto à França.
ALBERTO NEPOMUCENO AGRA ? Um exemplo a ser seguido
CulturaArquivo da Família 23/01/2014 - 07h 10min Arquivo dfa Família

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