O QUE FIZEMOS E ESTAMOS FAZENDO DE NÓS?

Reflexões

Avelar Alécio

Convido o prezado leitor a junto conosco fazermos uma reflexão e em paralelo uma viagem interior a fim de melhor apreendermos o produto deste ato de interiorização em benefício de nosso crescimento espiritual.

De início é melhor nos despirmos de quaisquer preconceitos e sentimento de auto-piedade ou inferioridade. Somos todos filhos de Deus, sendo portanto...”herdeiros de Deus”; procedamos então como tal, não é mesmo?

Voltemos aos tempos de outrora. Lembra você amigo tempos aqueles onde todos nós éramos mais felizes, quando sorriamos por qualquer motivo e não havia coisa mais importante do que: ver o sorriso de uma criança, o pôr-do-sol, um grande amor, uma noite de lua cheia e a paz de um dia de domingo?

E andar descalços?...Como era bom, como era gostoso andar descalços! Beber água friinha, tirada do pote...oh meu Deus que coisa divina!

Subir na mangueira, no cajueiro, na goiabeira, na pinheira,no umbuzeiro e chupar o fruto tiradinho na hora, madurinho, madurinho...teria coisa melhor?

E depois...um banho de rio! Ah como era gostoso um banho de rio! E “banho de chuva” ? Qual o moleque que não gostava de correr na chuva, parar em uma “bica”, das muitas existentes nas casas de antes e se deliciar aos montes?

As nossas crianças, os nossos moleques de hoje não conhecem isto. Nós mesmo não vemos mais isto!

Que será que fizemos para apagar o riso das crianças, porque será que as cores do céu ficaram mais pálidas? O que fizemos contra nós mesmos para esquecermos de caminhar na chuva e de espiar os ninhos de passarinhos?

Morreu a fantasia, morreu a criança que vivia dentro de nós? Morreu então a ingenuidade, a autenticidade, a camaradagem, a espontaneidade...tão próprias das crianças?

Deixamos tudo isso acontecer e nem nos apercebemos. Gastamos nosso tempo na televisão, no telefone, na Internet e deixamos para trás a nossa alma, as horas de papo com os amigos, o passeio de mãos dadas e o cafezinho no boteco...

Deixamos o saudável hábito de sentarmos nas calçadas e alegremente “jogarmos conversa fora”! Deixamos de sonhar! Deixamos de viver!

Queria te convidar a sonhar. Não, não é para mais um sonho, igual aquele dos dias atuais: do que se vai comprar, adquirir e se entupir. Te convido para sonhar infantilmente, por nos olhos a candura pueril, os lábios quase falando a ânsia da alegria, navegar na fantasia! Na tentativa possível, acredito eu, de resgatar “a criança” que existe dentro de nós!

Vamos correr sem medo e, em tom de desapego, correr descalço, igualmente correr na estrada com poeira sem pensar na sujeira, brincar com o sentimento, ser novamente num momento apenas garoto, maroto, arteiro e eterno. Somos ou não ou filhos do Amor, da Inteligência e Bondade divinas? Somos ou não...herdeiros de Deus?

Pois não há inverno para quem corre no sol, não há inferno para quem tem nos olhos o brilho de um farol. Nunca haverá paz em qualquer rincão do universo se dentro de nós, frutos da criação, ela não habitar antes.

E quanta paz, quanta alegria, quanta verdade, quanto amor, quanta ousadia, quanto otimismo existe em uma criança!

Cala fundo e clama por uma resposta: O que fizemos e estamos fazendo por nós?

Pensemos nisto!!!

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