Alguns não amam a leitura, não saboreiam uma viagem através de uma boa arte literária. Bem, eles não têm culpa, não foram incentivados para isso. Sim, reconheço até certo ponto. Pelo menos, tendo o poder de decisão, valorizem os que conhecem a literatura e seu valor. A literatura não poderá ser considerada apenas uma disciplina obrigatória para fazer parte de um currículo escolar.
A literatura exige bastante leitura e essa é de primordial importância para que o aluno, a criança, o jovem ou o adulto conscientizem-se do que se passa ao redor e consequentemente no mundo. Como poderemos tomar parte de um mundo que deverá ser o nosso universo se não o conhecemos. A quem pertencerá fatias do bolo que nele existe se não sabemos que todos a elas têm direito. Seremos alienados, manipulados, pobres e fracos e por que não dizer marginais e insatisfeitos.
Essa conversa já se tornou rotineira e abusada. Tudo porque não se quer entender o valor da educação. Falar todo mundo fala, já estamos cansados de ouvir. Temos que adquirir o hábito da leitura. Mesmo assim, nossa leitura nunca será o suficiente para dizermos que sabemos tudo.
Não encaro a literatura como uma disciplina que venha conjugada à língua portuguesa. As duas devem agir cada uma com sua função específica. Tanto deve ser assim, que na Universidade elas são estudadas separadamente. O curso de letras separa a lingüística da literatura. Não estou afirmando que uma não precise da outra, isso não, elas se separam no sentido de se estudar a fundo cada uma. Cada estudioso empenha-se em sua função. Para isso, os especialistas nas disciplinas, preparam-se para tal.
O que tenho a pedir as autoridades competentes nesse campo, é que, valorizem os alunos e ofereçam oportunidades para que eles cresçam como estudantes para se aprimorarem como ser humanos. Eles têm sede do saber, só lhes faltam oportunidades. Como diz o escritor Guimarães Rosa ”o mais importante e bonito no mundo é que as pessoas e as coisas não estão sempre iguais, elas estão sempre mudando, afinam ou desafinam”.
E se as pessoas precisam mudar deverá ser por meio do conhecimento. E esse conhecimento só será possível por meio da leitura porque a mensagem visa efetivamente a comunicar. Assim, como a tarefa da literatura, enquanto linguagem de conotação, não é falar da linguagem, é servir-se dela para falar de outra coisa. Precisamente voltar-se para a mensagem.
O escritor, o poeta, em verso ou prosa, contam sua história divertindo, fazendo chorar, emocionando, contudo, transmitindo mensagem. Orfeu já se comunicava com a Grécia no momento em que se iniciava sua história verdadeira em meados do século VI a.C. O mito grego abriu o caminho para a arte.
Devemos então, seguir o exemplo do avô da poesia e da música e considerar o estudo da literatura uma arte. A arte que comunica, que desperta, dialoga, conscientiza e desbrava caminhos. Certamente, se o escritor e o poeta passarem sua mensagem e o professor se aproveitar dessa beleza de arte, certamente estaremos juntos, nós e os poetas, sonhando e construindo uma realidade melhor. Porque “sonho que se sonha só é sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade”.
Já dizia John Lennon: “imagine todos os povos compartilhando o mundo todo. Você pode dizer que sou um sonhador, mas eu não sou o único, espero que um dia você se junte a nós, e todos seremos um só”.
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