JUSTIFICATIVAS

José Malta Fontes Neto

A humanidade de uma forma geral, e nós que fazemos parte do todo não estamos fora desse paradigma, aprendemos a apresentar justificativas diante das coisas em que não gostaríamos de dizer não. Essas justificativas são apenas meras máscaras de algo que no nosso interior não queremos realizar.
Vamos fazer uma série de analogias para chegarmos a algumas conclusões:
· Dizemos que não pagamos uma conta, porque não recebemos outra de um nosso devedor.
· Não fomos a uma festa, pois não tínhamos uma roupa adequada.
· Não pudemos ir a uma reunião porque estávamos doentes.
· Fomos convidados por amigos para um domingo de lazer e não fomos porque tínhamos algo a fazer que não pudemos fazer durante a semana.
· Dizemos perdoe ao pedinte que está em nossa porta, porque não o conhecemos e ele talvez não fará bom uso do nosso donativo.

Se tentarmos puxar pelas idéias vamos observar que são tantas outras observações que fazemos no nosso dia-a-dia para justificar coisas injustificáveis que um livro seria muito pouco.

· Será que o nosso credor tem algo a ver com os nossos devedores?
· Será que na festa o mais importante é a nossa presença e não a roupa em que vamos usar?
· Será que a reunião que deixamos de ir por atribuirmos uma doença não seria bastante construtiva para nós?
· Será que o domingo de lazer com os amigos não seria uma grande chance para aliviarmos as nossas tensões do dia-a-dia?
· Será que o donativo que damos com ele não vai parte do nosso orgulho e se pensarmos nisso pouco importa se a destinação vai ser boa ou má? O problema não será a partir do momento em que doamos do que recebeu e não nosso?

Vamos nos questionar sobre o que acabamos de colocar e refletir que será mais importante apresentarmos as verdadeiras respostas para as nossas falhas ou opiniões, pois não somos obrigados a nada.

· Não paguei porque não tinha dinheiro no momento.
· Não fui à festa por não estar a fim.
· A reunião no momento não me interessa por isso não fui.
· O domingo queria ficar sozinho e não com os amigos.
· Não dei o donativo porque não gostei do pedinte.

Agindo assim acredito que serei melhor, mais verdadeiro e se não quiser correr o risco de errar nas justificativas... Silencie... “O silêncio é melhor do que mil palavras que podem magoar, ferir e destruir amizades”.
Evidentemente que em certas situações necessitamos nos justificarmos de algo e dessa forma não são meras justificativas, mas a verdade de cada um. Acredito que essa mensagem é destinada tão somente para os momentos onde a verdade não está sendo colocada.


Santana do Ipanema – AL, 29 de julho de 2002.

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