CENTENÁRIO DE CARLOS GALHARDO

Antonio Machado

CENTENÁRIO DE CARLOS GALHARDO

Antonio Machado
MTBAL.1543

A música enleva a alma e nos faz passear por caminhos áureos em sonhos rodeado de flores que perfuma os bons momentos da existência humana, a Bíblia nos fala dos coros angelicais que cantaram no nascimento do Salvador, o rei Davi cantou e dançou diante da arca, a música sempre se fez presente na história da humanidade dentro de uma maneira muito presente e ativa. Ninguém resiste a uma bela canção, notadamente se é cantada por uma bela voz. Uma voz de veludo, com características suaves que faz o passado presente. Voz bonita e educada é privilégio de poucas pessoas, com boa afinação sem subtonar, vozes que fazem bem ao ouvido e a alma.O ano de 2013, assinala cem anos do nascimento do cantor Catello Carlos Guagliardi, simplesmente Carlos Galhardo, nascido em Buenos Aires aos 24 de abril de 1.913, há exatamente um século, filhos do casal de italianos , Pietro Guagliardi e Saveria Novelli. Carlos Galhardo trouxe a sensibilidade na voz, dado seu jeito de cantar suave de interpretar as mais belas canções de seu tempo, porque a natureza lhe dotou de uma voz magistral, trouxe a música no sangue e a beleza na voz, tendo iniciado muito cedo a vida artística, foi um dos cantores que mais gravou, seu primeiro disco solo ocorreu em 1.933, com as músicas Você não gosta de mim e que é que há. Na época o artista teria que passar pelas rádios, e Carlos Galhardo não fugiu à regra, passou pela rádio May rink Veiga, Rádio Clube, Sociedade Tupy, Nacional, Mundial e outras, pois a televisão estava bem distante, sendo somente o rádio o carro chefe dos artistas mostrarem seus talentos, dono de uma voz afinada,Galhardo conquistava a cada música, novo sucesso. Em 1.935, lançou cortina de Veludo, que foi um verdadeiro sucesso para a época, dentre tantos sucesso gravados citamos Mãezinha Querida, que até hoje se canta, especializou-se em valsas, tendo como compositor o inimitável José Maria de Abreu, que compôs junto de ti estou no céu, Noite sem luar, dois corações em tempo de valsa, de Ataulfo Alves Galhardo gravou assim acaba um grande amor, Quanta tristeza .Quem não cantou e o destino desfolhou composição de gastão Lamounier e A pequenina cruz de teu rosário de Ary Monteiro? Que começava assim: “agora que não ti vejo a meu lado a segredar apaixonadas juras, recebeu o titula de O rei da valsa, tanto era sua versatilidade na interpretação desse gênero musical, a quantidade de música gravadas por Galhardo superou as expectativas daquelas época, chegando a contabilizar 570 músicas gravadas, recebendo o honroso titulo de rei do disco os próprios apresentadores e locutores não encontravam palavras para classificar aquele fenômeno musical, um verdadeiro artista, levantando o locutor Blota Júnior, outorgar-lhe o título de o cantor que dispensa adjetivos, tamanha era sua aceitação entre o público.
Carlos Galhardo cantou ao lado de grandes nomes de seu tempo como Francisco Alves, Orlando Silva, Silva Caldas, Vicente Celestino e tantos outros que enfeitavam o cenário musical no passado, hoje relegados a desprezo por toda mídia o rádio do país, o que é tristeza amarga. Galhardo participou de cinco filmes, Banana da terra, em 1.938, vamos cantar, em 1.940, Entra na Farra, em 1.941, Carnaval em lá maior, em 1.955 e Metido a Banana, em 1.957, sempre com grande destaque, cujo9s filmes, se hoje fossem reeditados, certamente seriam sucessos a exemplo do passado. Galhardo casou com Dona Eulália Salomom Bottini, no dia 08 de setembro de 1.955, no Rio de Janeiro onde fixou residência, de cuja união nasceram Carla Maria, Sandra Maria e Eduardo Cesar. O nome desse cantor de tanto sucessos encantou muitos corações, é realmente um dos maiores artistas da MPB até hoje .Deixando um rastro brilhante no cenário musical do Brasil, Carlos Galhardo veio a falecer no dia 25 de julho de 1.985, aos setenta e dois anos de idade .
Lamentavelmente, o rádio e a televisão, teimam em fazer morrer nome a exemplo de Carlos Galhardo, Nelson Gonçalves, Ângela Maria, Núbia Lafayete, Orlando Dias apenas para lembra alguns nomes, e a mídia aviva e dá vida as famigeradas bandas que permeiam o país , esquecendo os verdadeiros artistas e valores musicais, esses centenário não pode passar despercebido.

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