Blogs: O pescador de catengas

Literatura

Por João Neto Félix Mendes - www.apensocomgrifo.com

Catenga no jardim

Não estou me referindo às pescas convencionais no rio Ipanema ou no riacho do Bode, grande lago santanense formado por represamento. Nesses lugares eu fui a pescarias artesanais em diversas fases da vida em busca de contato com a natureza e o silêncio. As minhas habilidades como pescador são limitadas, admito.

Minhas investidas pesqueiras quase sempre resultaram infrutíferas, contudo eu gostava mesmo assim. A melhor parte era o tempo que se perdia em contato com a natureza, ouvindo o som das águas, dos pássaros e do silêncio que reinava e, de graça, eu me perdia nos meus pensamentos. E se, de repente, meu punho sentisse alguma fisgada no anzol, meu coração acelerava a mil por hora. Porém, passou a vez! Os seres das águas são mais ágeis que eu.

Inesquecível foi uma pescaria que fiz na companhia do saudoso tio Abílio, no riacho do Bode. Ele levou um puçá, que é uma pequena rede de pesca indígena para pegar o crustáceo de pequeno porte denominado “saburica” que era abundante no lago. Infelizmente, a pesca predatória os extinguiu. O nome refere-se a um tipo de camarão, especificamente à espécie Macrobrachium jelskii, que é conhecido popularmente no Brasil como "sossego" e no estado de Sergipe como "saburica". Foi a única pesca em que houve fartura e encheu o puçá. Meu tio conhecia o ofício, afinal havia morado às margens do Rio São Francisco em Propriá.

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