Blogs: O MORRO DO MORIM E AS TERRAS DO CAJUEIRO

Cultura

Por Etevaldo Amorim

Quem demanda o extremo Leste do município de Pão de Açúcar, cujo limite com Belo Monte é definido pela barra do riacho Jacaré, ali conhecido por “Salgado”, passa obrigatoriamente pela Vila Limoeiro. A jusante desta antiga povoação, na exata extensão da Lagoa da Igreja, situa-se um acidente geográfico dos mais importantes e significativos: o MORRO DO MORIM.

Esse morro, encimado por singela capelinha dedicada a Nossa Senhora do Rosário, encerra características muito particulares. Nos idos tempos das grandes enchentes, quando o São Francisco corria largo e pujante, as suas águas ali produziam intensa correnteza. Por essa razão, era temida pelos canoeiros, que a evitavam, abrindo para a margem sergipana, a menos que tivesse que aportar no Limoeiro.

Mais acima da margem pedregosa, já próximo da capelinha, uma imensa massa arenosa se criou. Fina e limpa, a imensa jazida foi-se formando pelo acúmulo de areia trazida pelo vento da extensa coroa que ficava logo abaixo da ponta do morro. Sua forma se assemelhava ao “Morro do Careca”, famoso ponto turístico da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.

Do alto, avista-se magnífico panorama. Desde o sopé do morro até a confluência do riacho, tendo ao fundo Belo Monte, uma imensa planície separada pela rodovia AL-225, que liga Pão de Açúcar àquela cidade: à esquerda, a várzea do Salgado, o povoado Restinga; à direita, da estrada até a margem do rio, as terras do Cajueiro.

Dividida em pequenos sítios, o Cajueiro tinha como proprietários diversos moradores de Limoeiro: Seu Alfredo Damasceno, Dona Maria Rocha (conhecida por Maria do Ouro), seu Antônio Maximino Brito, Dona Maria Clara (Mariazinha)/João Mendes Sobrinho.. e seus sucessores...

O que poucos sabem é que essas terras nem sempre estiveram na posse de gente da margem. Encontramos no jornal O Trabalho, de Pão de Açúcar-AL, na edição de 30 de agosto de 1884, uma interessante manifestação de uma pessoa que se assina como “UM INTERESSADO”. Nessa matéria, intitulada “NÃO HÁ DEMANDA BOA”, que preferimos transcrever para preservar o registro histórico, o autor contesta a pretensão do Sr. José Pedro de Mello, residente em Pão de Açúcar, de ter direito de posse por aquisição a proprietários do distante município de São Miguel dos Campos.

Vejamos:

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