Beatificação do Padre Cícero – por Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros

Opinião

Por Luiotgarde Oliveira Cavalcanti Barros

Ontem a Corte Celeste  cantou para o povo nordestino e  todos os brasileiros de fé na força do bem:  ´´Deus tarda, mas NÃO FALHA``!!!!

O Papa Francisco anunciou a  BEATIFICAÇÃO DO PADRE CÍCERO ROMÃO BAPTISTA, encerrando uma luta de autoridades da Igreja Católica  e seus adeptos ricos, contra a fé dos nordestinos Romeiros do Padre Cícero  e Nossa Senhora das Dores, na TERRA DA MÃE DE DEUS - desde 1889, ano do MILAGRE DA HÓSTIA TRANSFORMADA EM SANGUE NA BOCA DA BEATA  MARIA DE ARAÚJO, quando o Padre Cícero lhe deu a comunhão. 

Louvemos a coragem de sacerdotes católicos como  Monsenhor Azarias Sobreira e o Bispo Dom José de Medeiros  Delgado que, no Ceará a partir da segunda metade do século XX, iniciaram  processo de análise de documentos, relatos de romeiros e o próprio testemunho ocular da vivência sacerdotal de Azarias Sobreira, no mundo católico sertanejo dos beatos e romeiros do Juazeiro do Padre Cícero, com o PRIMEIRO BISPO a autorizar a publicação de livro que reabre o Processo Político x Religioso contra o Padre Cícero -  "O PATRIARCA DE JUAZEIRO". 

O segundo movimento partiu de determinação do Papa Ratzing, que solicitou ao Bispado do Crato  a Revisão Histórica da chamada "Questão Religiosa do Padre Cícero de Juazeiro do Norte".Tendo o Bispo do Crato requerido aposentadoria, sem abrir o processo, foi nomeado como seu substituto o italiano -  Dom Panico, que iniciou a reabertura de toda a documentação existente na Diocese, sobre  a História do Juazeiro. Nomeando Comissão juntamente com a CNBB, organizou Congressos no Cariri e em São Paulo, tendo a presença do Cardeal Hummes no Crato, e de Dom Paulo Evaristo Arnes em São Paulo. Procedeu  a grande movimentação, levando estátua (ou fotografia  do Padre Cícero) para a Catedral de Nossa Senhora da Penha no Crato, valorizando as Romarias, enquanto dava vivas ao Padre Cícero nas missas celebradas no grande espaço entre o cemitério do Socorro e o Memorial do Padre Cícero, no Juazeiro. 

Concluído o Relatório da Comissão, verdadeira multidão de turistas viaja para Roma, quando da entrega dos documentos ao Papa, onde foram barrados dezenas deles, porque o protocolo determinava quem teria ingresso no Vaticano.

 A partir do retorno de todos, tratando da relação entre Bispado  e freguesias do Juazeiro e do Crato,  em relação aos bens construídos pelo Padre Cícero e o patrimônio do Bispado, instala-se clima de hostilidade entre setores da Igreja, autoridades civis e "proprietários" de bens relacionados como patrimônio do Bispado. Um ambiente de hostilidade se instaura, gerando manifestações contra o Bispo, o que, como me relatou Dom Panico numa viagem de avião  que fizemos juntos do Juazeiro até Recife, tornava impossível sua permanência no cargo, ou mesmo na região, pelo bem de sua saúde, o que o fez voltar à sua terra pátria.

Com os festejos em torno da DECLARAÇÃO do Papa Francisco, me pergunto: Terá Dom Panico, que tinha quando o conheci no Juazeiro, dois primos no Cardinalato do Vaticano, relatado ao Papa  suas experiências de vida com os romeiros do Padre Cícero e da Mãe das Dores, incluindo a cura do câncer sofrido? Penso que a missão para a qual fora encaminhado para o Bispado do Crato, está PLENAMENTE CONCLUÍDA. 

Quem sabe, um dia haverá  grande festa no céu, com o belo encontro entre ELE, Padre Mestre Ibiapina, Padre Cícero Romão Baptista,  Padre Azarias Sobreira, Dom Delgado, José Marrocos, Beato Zé Lourenço, Antônio Conselheiro, Beata Maria de Araújo, Papa João XXIII,  todos os membros do Mundo  Beato e o  Papa Francisco?

Luitgarde OLiveira Cavalcanti Barros
20/08/2022

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