Colunistas: RELIGIÃO POLÍTICA

Literatura

Por Adriano NUnes

É preciso sempre voltar a repetir: não há salvadores da pátria. Nem à direita nem à esquerda e nem mesmo ao centro. Muito menos advindo de alas extremistas. Isto é um alerta civilizatório, de certa maneira. Os antípodas políticos que costumam estar à frente, compondo as oligarquias dominantes no jogo político (os que se pretendem "moderados", da esquerda e direita) frequentemente, quando se encontram perdendo poder ou campos de possibilidades na esfera pública ou quando ainda (ou concomitantemente) a sociedade está em algum tipo de crise (nacional/patriótica, social, econômica, política, ética...) parecem esquecer-se das regras democráticas ou pior: buscam esquecer-se ou abdicam da realidade fatual, da história, e atiram-se desesperadamente, para manter ou conquistar poder, a angariar apoio nos lados extremos (violentos, excludentes e autoritários) ou mesmo passam a acreditar veementemente que algum político pode ser a salvação da nação, que ele tem uma função messiânica.

Essa perda/desistência da realidade ou criação de uma realidade imaginária engendra nas pessoas uma fé inabalável de que há um líder (carismático, populista) que tem os requisitos humanos e transumanos capazes de resolver todos os problemas éticos, morais, políticos, econômicos e sociais, como se fosse uma divindade. É uma retroalimentação de crenças. E, assim, passam a depositar em um só ser todas as suas esperanças, não importando as consequências.

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