Estudos vão auxiliar projetos de desenvolvimento do Arranjo Produtivo Local (APL) de Ovinocaprinocultura no Sertão de Alagoas
Davi Salsa
Uma pesquisa inédita, desenvolvida por professores e alunos do campus da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), na cidade de Santana do Ipanema, está colhendo amostra de fezes de animais para evidenciar quais são as doenças parasitárias mais comuns em animais e suas implicações para a economia nas comunidades rurais da região sertaneja.
O estudo é coordenado pelo professor Crisólogo de Sales Silva, que é mestre em Agropecuária pela Pontifícia Universidade de Goettingen na Alemanha.
As pesquisas estão sendo realizadas no laboratório de parasitologia do campus de Santana do Ipanema, e contam com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa em Alagoas (Fapeal) e do Arranjo Produtivo Local (APL) de Ovinocaprinocultura.
As amostras de fezes foram coletadas nas propriedades rurais em diversos municípios e depois levadas para análises no laboratório da Uneal, em Santana do Ipanema.
Segundo o coordenador da pesquisa, os estudos têm a finalidade de detectar as principais infestações por parasitas que acometem os animais da região, possibilitando ao produtor a aplicação de vermífugos para combater doenças e, com isso, evitar a morte dos animais.
?Esse trabalho é muito importante para o fortalecimento da atividade em todo Sertão alagoano, uma vez que permitirá, entre outras ações, novos projetos de extensão para a melhoria da qualidade dos produtos oriundos da produção de caprinos?, explicou.
Ele conta que, na primeira fase da pesquisa, foi realizado um mapeamento das parasitoses, com a participação de alunos e professores dos cursos de Zootecnia e Ciências Biológicas, além do apoio da Cooperativa dos Produtores de Pequenos Animais de Santana do Ipanema (Coopasil) e Cafisa, em São José da Tapera.
Controle
Os primeiros dados da pesquisa mostraram que os produtores fazem controle de parasitas com vermífugos comerciais e também, em alguns casos, com o uso de produtos naturais com ineficiência.
Os estudos ainda mostraram que 100% das infecções helmínticas de caprinos eram por helmintos da superfamília Trichostrongyloidea.
Durante o ciclo do agente, diversas células da parede intestinal são destruídas. Quando essa destruição atinge proporções elevadas, pode ocorrer uma enterite hemorrágica, manifestando-se por diarréia sanguinolenta com conseqüente anemia, perda de peso, desidratação e apatia nos animais.
Com base nos resultados obtidos, a pesquisa já descobriu que os endoparasitos encontrados com mais freqüência em caprinos leiteiros na área estudada são os da superfamília Trichostrongyloidea e os do gênero Eimeria sp, tendo também encontrado outros como Strongyloides sp, Trichuris, e Moniezia sp, sendo esses encontrados com uma menor densidade.
Crisólogo Sales diz que o grupo já começou a pesquisar a utilização de remédios caseiros, como a aplicação do alho, pinhão-branco, entre outros produtos naturais, no tratamento e combate aos parasitas.
A próxima fase do trabalho envolverá a participação de especialistas em atividades de assistência técnica e orientação aos produtores acerca da higiene sanitária dos rebanhos.
Laboratório da Uneal pesquisa prevenção de doenças em caprinos
EducaçãoDavi Salsa 13/09/2009 - 17h 00min Davi Salsa

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