Observando a foto seguinte, onde apareço ao lado dos amigos Heli Tavares e Mileno Carvalho em um banco da Praça da Matriz, em Santana do Ipanema, todos, inconscientemente, posando para a posteridade, o que nos revela a impressão, são de que os belos momentos existem para serem lembrados. Os nossos 20 anos ficaram guardados na lembrança registrada por uma máquina fotográfica Kodak, também reverenciada pelos anos. O tempo passou, assim como também passamos nós e a fiel máquina Kodak. Aquele banco foi consumido pelo progresso destruidor, que apenas transformou o cenário, alterando suas cores. Como eu gostaria outra vez de retornar àquela foto em situações diferentes, mas com aqueles mesmos amigos. Assim poderíamos sentir a ingratidão do tempo, que confiscou os nossos anos e em troca nos presenteou com as rugas e os cabelos grisalhos. Tudo isso me faz lembrar o escritor Francisco de Paula Monteiro de Barros em seu poema, Mocidade e Primavera, quando disse:
“Se a mocidade faz nascer o sonho,
A primavera faz nascer a flor!
Iguais parecem quando a vida as solta
No entanto, elas não são iguais.
A primavera passa e depois volta,
E a mocidade não nos volta mais”.
Remi Bastos,
Aracaju/SE, 30.04.2019.
(A mocidade e o sonho passam, assim como passam os dias e os anos, no entanto, um registro que sempre permanece, são as lembranças de um passeio, da cidade que amamos e desenhamos nossas vidas, da mesma forma que as fotos dos amigos com quem desfrutamos a adolescência e a mocidade. Amigo Mileno Carvalho, você nunca passou, apenas se mudou para o caminho ao lado).
A MOCIDADE E O SONHO
CrônicasPor Remi Bastos 05/05/2025 - 02h 07min

Comentários