A ALMA DO POVO SONHAVA, PERDIDA

Poesias

Por Marcello Ricardo Almeida

Hoje, a família chegou a Portugal.
Nas ruas, só netos rindo, corriam.
E, na solidão da livraria, no canto:
A alma do povo sonhava, perdida.

Tantos pratos revoltos, talheres
Trazidos por Florbela Espanca
Inundaram a casa, na enxurrada;
Na figura da hipérbole, a fome.

E, no horizonte conotativo, a praia.
Na metonímia, um copo de Porto.
Se é metáfora o coração de pedra,

Mais Porto à mesa, mais Porto.
E o peso ruiu a perna da mesa
Em i-n-e-s-p-e-r-a-d-a catacrese.

Marcello Ricardo Almeida

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