CASINHA VERLHA

Contos

por Remi Bastos

Casinha velha de parede barreada
Distante no pé da serra
No sertão da minha terra
Onde canta a juriti,
O imbuzeiro frondente
Com sua copa virente,
Faz-me lembrar os momentos
Dos meus tempos de criança
Que ainda guardo na lembrança
Nas raias do pensamento.

O teu jardim de pedras
Que a natureza esculpiu
E com um manto te cobriu
Na tua simplicidade,
O azul que te enriquece
Traduz uma linda prece
Que o passado guardou,
E naquela simples alegoria
Eu ouvia as histórias
Que meu pai tanto contou.

Casinha velha querida
Ao tempo vais resistindo
Vendo os anos te ferindo
Sem conseguir te destruir,
O teu reboco cansado
Revela um grande passado
No crepúsculo do adormecer,
E para enxugar esta tristeza
Eu retrato a tua pureza
No mais belo amanhecer.

Aracaju, 31/07/2013.

Comentários