MINHA QUERIDA TERRA

Poemas

Lúcia Nobre

Santana querida
Saudades imensas
Relíquias de vida
Bailam as lembranças
Boas coisas vividas

Sábados agitados
Barulhentos
Dias de feiras
Transeuntes de lá
Feirantes de cá

Carros de bois
Carregados
Entoando
Sobre as rodas
Via mercado
Garotada correndo
Rua dos Machados

Meninada curtia
Ladeira a baixo
Bigu nos carros
Bois apressados
Carreiros ocupados
Meninos descuidados
Caiam para os lados

Brigas sempre havia
De feirantes na rua
Pelo lugar do cavalo
Dizia que a vaga é sua

Políticos em discussão
Todos escutavam
Fofocas da oposição
Era o que falavam

Via-se confusão
Por terras a brigar
Os injustiçados
A se vingar
A queima roupa
Engatilhar

Meninada da rua
Tinha nada com isso
Só queria se divertir
Com alegria e riso
Subia no carro de bois
Nada melhor que isso

Leninha e Fátima
Valda e Valdice
As mais arteiras
Em velocidade
Do carro a rolar
Iam até o Panema
Não sabiam voltar

Dona Hilda dizia
Brinquem a vontade
Que os dias passarão
Dona Helena sorria
Vivam a infância
Que felizes serão

Cultivem sonhos
Amores e bonança
Em anos risonhos
Cheios de esperança
Tempos Bem vividos
Em Santana do Ipanema

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