Ele disse que daria a mim tudo ou mais
Para amá-lo. Por ninguém, faria jamais.
Ela disse, enfim, que até seria capaz
De lançar-se, por amar-me, ao mar, desse cais.
Eu sempre nas entrelinhas, sempre na minha.
Ele disse que me vê por onde caminha
O seu desejo, o maior que ele ainda tinha,
Sempre só nas entrelinhas, todas tão minhas!
Eu sempre na minha, sempre nas entrelinhas.
Eu sempre, na minha, só, sem ver que não vinha,
Dele ou dela, meu amor. Nada mais convinha.
Eu sempre na minha, não querendo demais.
Eu sempre nas entrelinhas, sempre na paz.
Eu sempre sem pressa, preso ao que vem e vai.
(maio, 1993)
Comentários