UMA VETERANA NA GRADUAÇÃO - PARTE I

Luciene Amaral da Silva

Confesso que não pensava em fazer outra graduação, mas aquele desejo de cursar a tão sonhada psicologia não me deixava em paz. Na idade certa que deveria submeter-me ao vestibular para psicologia não foi possível, pois só existia na capital e pensar em morar lá para cursar era inimaginável, se tinha bolsa de estudo ou residência universitária, não me avisaram, não tinha internet ainda tão acessível assim na época, caso você tenha pensado que era só procurar no google.

Então tinha que decidir. Na cidade próxima ou você fazia zootecnia ou pedagogia, como sou de uma geração que primeiro vinha o emprego e depois a graduação, eu trabalhava como professora, então não tinha dúvida. O bom disso é que quando você não tem muitas opções fica fácil de decidir, mesmo sem saber se a decisão era certa, mas hoje com tanta opção também não se sabe.

Claro que não iria passar minha vida de faculdade fazendo um curso com raiva. Apenas eu perderia, e como pedagogia faz parte da área das ciências humanas acabei me identificando muito e me apaixonei pela sua plenitude de ver o sujeito que aprende como um ser em sua totalidade.

Tudo bem, vamos em frente. Depois da graduação fiz tudo que quis fazer na área, tanto trabalhando em diversos campos e espaços da educação quanto me formando até a última instância de estudo acadêmico (faltou o pós-doc, mas é questão de tempo apenas). Mas de repente, como gosto de me afirmar como alguém que sente o universo agindo e a mão de Deus trabalhando, sentia que depois de mais de vinte anos de formatura da graduação, a psicologia estava bem perto. Era como se ela estivesse esperando apenas eu concluir os estudos finais. E eu dizia: nossa, ela está tão perto que chego a senti-la em forma de emoção no estômago, sabe como decida de roda gigante? Assim mesmo.

Mas, claro que não estava mais na fase de estudar para o ENEM, muita rotina de trabalho e concluindo o doutorado, para mim não fazia mais sentido estudar citoplasma, crosta terrestre, movimento retilíneo uniforme. Bem, a vida tinha que dar um jeito para que eu pudesse cursar o bacharelado e queria em uma universidade pública.

E nisso, a UFAL abre, creio que pela primeira vez, um edital para portador de diploma. Pronto, a resposta que eu procurava tinha acabado de chegar. E apenas com meu histórico da graduação em pedagogia, ementa das disciplinas cursadas e documentos pessoais parti para buscar uma das duas vagas ofertadas. Não pensei em mais nada, essa vaga era minha, eu pedi por ela e veio.

Finalmente passei, uffa vou ser Psicóloga pela Universidade Federal de Alagoas. O desafio começou e a experiência de uma veterana na graduação está sendo desafiadora e fantástica, sabe por quê?

Te conto no nosso próximo encontro.
Abraços

dialogando com lu
youTub/instagram

Comentários