TRANSIÇÃO: O OXIGÊNIO DA VIDA

Luciene Amaral da Silva



Nem toda transição é fácil, mas toda transição é necessária. Inicio o texto compartilhando com vocês um pouco da minha experiência de buscar sempre a transição, a mudança e sentir na pele todas as suas alegrias e dificuldades.

Mudar dói, mesmo que depois traga as alegrias dos frutos da mudança, mas mudar carrega em si o oxigênio da vida por nos oferecer a renovação, isso quando a mudança nos leva a patamares melhores. Falamos aqui da mudança desejada, pensada, sonhada, que não quer dizer que seja fácil, mas que acaba sendo necessária.

Temos desde cedo o desejo de mudança, mudar um corte ou uma cor de cabelo, mudar um móvel de lugar, mudar de emprego, de cidade, de país, de vida. A mudança nos assusta porque exige de nós a coragem que nem sabemos que temos. Exige de nós um comportamento diferente porque é uma escolha nossa, então essas exigências acabam amedrontado algumas pessoas e as impedindo de mudar e assim as forçam a viver coisas e vidas que não querem, e muitas vezes são obrigadas a viver sufocadas em desilusões por medo de não conseguir enfrentar a mudança.

Como a transição é um movimento consciente, que nos tira de uma situação real e nos coloca em um futuro desejado por nós, então a coragem é seu maior propulsor. Não fomos ensinados a ter coragem. Lembro que em minha época o medo era mais reforçado que a coragem, o medo era tido como conservador da vida, igual ao filme de animação chamado “Crood”, o medo era usado para garantir a conservação da vida. O medo é necessário, ajuda a nos garantir a vida, ele deve ser ensinado, mas na medida certa.

Nossos pais, às vezes pelos seus próprios medos, acabam transmitindo mais medo para nós, em formato de cuidado, que coragem. Eles também aprenderam assim dos seus pais, e na verdade já foram mais evoluídos que seus pais, então, nós os filhos, seremos também mais evoluídos que nossos pais e podermos ajudar nossos filhos a ter mais coragem que medo. Não sei se isso será verdade porque a vida em sociedade está cada vez mais insegura. Então, é necessário analisar o contexto para perceber se de fato é possível criar filhos com mais coragem e menos medo para poder desejar e enfrentar a mudança. Nem sempre fazer o contrário do que fomos ensinados pode ser o caminho certo. É preciso cautela, reflexão e análise do contexto atual.

As transições fazem parte da nossa existência e acontecem a todo momento. Primeiro vivenciamos a transição biológica a partir das fases da vida, da infância até a vida idosa, outra forma de transição é a cultural que acompanham essas transições biológicas. Uma transição cultural forte que também conseguimos identificar são as mudanças que acontecem na vida escolar, essa é carregada de mudança constantemente.

Temos as mudanças de sentimentos, o que sentimos hoje por nós e pelos outros pode mudar com frequências variadas. Existe mudança de opinião, essa é muito valiosa, mas também em equilíbrio, não ficar preso a mesma ideia sempre, e não mudar de ideia sempre, ter suas convicções que fundamentam suas opiniões e perceber que com a mudança das coisas podem ser necessárias revisões das opiniões.

Então, o que podemos ver, é que não é fácil não querer mudar, porque ela faz parte de toda a nossa existência, raízes e galhos tem funções diferentes, mas todas ainda fazem parte da mesma árvore, portanto, podemos sim ter raízes como também virar galhos quando necessário, não se prender nem a um, nem a outro, pense nisso e boa sorte na sua transição.

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