SELEÇÃO BRASILEIRA "DO PARAGUAI"?

Fábio Campos

Que somos o povo mais criativo do mundo isso já está consagrado. Que brasileiro gosta de carnaval, cerveja, mulata e futebol, isso já é fato consumado. É assim que somos conhecidos lá fora. Embora haja controvérsia sobre cada um desses itens se analisarmos à luz da lógica.

Carnaval não é festa autenticamente nossa. Veio pro Brasil no tempo do império. Foram os escravos os primeiros foliões. De Salvador, primeira capital do Brasil se espalhou. Depois na cidade do Rio de Janeiro. O Maracatu chegou à província de Pernambuco, bem provável que tenha tido origem e influência pela presença de holandeses e franceses, do tempo de Maurício de Nassau.

Cerveja é bebida dos tempos dos faraós, e apesar de ser duma região árida, o Egito. A bisavó da bebida nem era consumida gelada. Gelo na época só no ártico e na Antartica (Que virou marca de cerveja, mas faliu).

Mulata é fruto da miscigenação, do povo da mãe África e do nativo aborígene. Teve um tempo que um boêmio carioca, pra ganhar dinheiro criou a marca “Mulata tipo Exportação”. Escolhidas a dedo, melhor dizendo, escolhidas a olhos (gulosos): As mulatas do Sargenteli. Mulata não é cigarro da Souza Cruz, mas é preferência Nacional. Pelo gingado, pelo molejo. E principalmente pelos atributos físicos. O país da revista CARAS, tão bem retrata o que está “na cara”: a bunda da mulata.

E o futebol? O esporte criado pelos ingleses chegaria ao Brasil no início do século passado. Esse facilmente pegaria o título do slogan da aguardente de cana Pitú “mania de brasileiro”. Ontem infelizmente assistimos horrorizados, a um espetáculo semelhante creio eu, ao vivido em 1950 (eu nem existia ainda) quando perdemos a Copa do Mundo em pleno Estádio Mário Filho “O Maracanã” para um vizinho nosso (e dos paraguaios também) os uruguaios. A Copa América desta vez eles os paraguaios, tiraram de nós, a chance de continuar na disputa.

Devido ao intercâmbio comercial clandestino – nome bonito que estamos dando a contrabando – entre a fronteira do Brasil com o Paraguai. Acabou dando vazão pra mais uma vez a criatividade do brasileiro entrar em cena: se um produto é de qualidade duvidosa, dizemos: é do Paraguai. Pergunto então: Não seria essa nossa Seleção Brasileira de Futebol “do Paraguai”?

Fabio Campos 18/07/2011 No fabiosoarescampos.blogspot.com Crônica inédita ZÉ DOS SANTOS E "MEU FÉLO"

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