Sublime e ideia magistral, teve pois, a família do ilustre professor Valdemar Farias Abreu, em registrarem em livros a vida daquele ilustre homem das letras, notadamente na área da língua portuguesa inculta e bela nos cantares de Olavo Bilac.
Não chegou o professor Valdemar à universidade, contudo, os livros lhe deram o que a faculdade lhe negou. Homem probo, porém, cheio de conhecimentos trouxe consigo a vocação para as letras, obviamente, o magistério além de bom orador para todos os momentos, tudo que aprendeu, investiu em sua terra, disse o ex prefeito Orlando Augusto Melo (1924-2002), que: “se professor Valdemar tivesse feito uma faculdade, teria sido um bom advogado ou mesmo um juiz de direito, mas o que aprendeu distribuiu seu saber com os que sabiam menos e seu amor a terra era inegável”.
Plantou-se aqui granjeando a amizade do povo sendo ele da genealogia dos Abreus, galgando o cargo de vice-prefeito do município, e posteriormente conquistou galhardamente, o cargo de prefeito de 1965 a 1968 tendo sido um bom gestor destacando-se mais no campo da educação visto ser a área de sua vocação maior.
Professor Valdemar era festeiro dançava muito bem, tinha pé de ouro, mas, mesmo assim, era meio misantropo. Anos mais tarde assumiu a direção do saudoso Colégio Santo Antônio de Pádua quando o Padre José de Souza Leite por opção renunciou a direção daquela casa de formação, coube ao professor Valdemar assumir implantando um curso de contabilidade que funcionou por 20 anos, depois foi desativado, tive a honra de ter sido professor por todo esse período.
Era um grande desportista de futebol, mormente o CEO (Centro Esportivo Olhodaguense) fundado aos 2 de dezembro de 1953, tendo a frente o cidadão Edson Matias, que tantas alegrias davam os olhodaguenses e alhures…
Anos mais tarde, escrevi este poema “Queria ver outra vez / Professor Valdemar ensinando português, / Na igreja Padre Zé Leite tocando o sino / Para fazer a oração/ na praça os oradores falando / O povo todo escutando / Pra decidir a eleição / Na periferia, a boneca de Elias dançando para o povão / No estádio a bola rolando / Seu Edson ensinando como ganhar a seleção / Na avenida, a Sambacana desfilando/ Dra. Edna cantando alegrando os corações / Mas tudo isto já passou só a história ficou guardada nos corações”.
Guardei tudo isto nunca publiquei, porém agora quando a família do professor Valdemar Farias Abreu resolveu homenageá-lo, convidou-me, pois, para participar dessa homenagem, achei por bem inserir o modesto poema, pois não sou bardo, mas grande admirador da poesia, o poeta Jean Giono (1895 – 1970), escreveu: “O poeta deve ser um professor da esperança”, e essa vocação, professor Valdemar foi um carreiro da esperança na busca da felicidade e gratidão, ao lado de sua esposa, Dona Dirce Farias Silva de cuja vida matrimonial nasceram: Silvio - economista, Vanero – professor e advogado, Simone – médica, Silvan – técnico agrícola, Solange- enfermeira, Silvia – professora, Silvany – ensino médio. Todos encaminhados na vida.
Professor Valdemar viveu feliz, coadunando-se aqui o que escreveu o imperador D. Pedro II (1825 – 1891) “Se eu não fosse imperador, desejaria ser professor, não conheço missão maior e nobre que a de dirigir as inteligências juvenis e preparar o homem para o futuro”.
Com meus pobres rabiscos, presto minha homenagem a tão ilustre olhodaguense, porque você fez o nome, e seu nome o imortalizou, e a história escreveu, perenizando-lhe no tempo. Enfim, o trabalho lhe cansou o corpo e a doença completou, chegou ao final tendo nascido no dia 22 de maio de 1930, vindo a falecer em 21 de novembro 2005. Valdemar Farias Abreu rumou a eternidade para encontrar-se com Deus, porque Deus foi morar tão longe e para o encontrar temos que morrer, e é morrendo que se vive para a vida eterna.
Dostoevsky (1821 – 1881) escreveu esta máxima “o segredo da existência humana consiste não apenas em viver, mas também contribuir motivo para se viver”.
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