HOMENAGEM JUSTA

Antonio Machado

Sempre gostei e admirei a boa música, mesmo sem ser músico, haja visto a música nos alegrar e enternecer a alma, propiciando-nos bons momentos.

No compositor a letra da música vai fluindo com facilidade, porque o compositor é sempre um poeta, poeta é quem tem imaginação, e sabe que os olhos da alma são as janelas do coração...

Nos anos 80, escrevi um poema e musiquei, dei-lhe o nome de MARCAS, havia na cidade um grupo musical de seresta com as mais belas vozes no campo seresteiro eram Expedito Novaes e Enoque Lisboa, cantavam e encantavam lotando os locais onde se apresentavam, recebendo aplausos, porém a idade e a doença impediram daqueles dois artistas olhodaguenses continuarem mostrando seus talentos.

Em certo dia, fluiu-me o desejo de escrever este poema e ainda dei a música. O conjunto era chamado Grupo da Saudade com os seguintes artistas: Expedito Novaes, Enoque Lisboa, Chico de Olavo, João Grilo, e Honório Amaral. A letra da música é esta: MARCAS “Queria saber / Quando eu parar / e não mais puder cantar / já fiz seresta / animei festa / levei alegria / a quem ia me escutar / mas o tempo já passou / meu cabelo já pintou / são marcas de um passado distante / que a todo instante / me faz lembrar / dos momentos felizes / e agora cicatrizes / que a marca do tempo me faz chorar”.

Levei o trabalho para o grupo cuja letra se encaixou nas belas vozes dos dois artistas, tanto Enoque Lisboa quanto Expedito Novaes nas nossas serestas arrancavam aplausos. Ocorreu, porém, que, quando do falecimento do ilustre professor Valdemar Farias Abreu no dia 21 de maio de 2005, no momento do sepultamento do inolvidável mestre, o artista Enoque Lisboa lhe prestou uma homenagem justa cantando Marcas, arrancando lágrimas e aplausos dos presentes, senti-me emocionado, mesmo sabendo do vitupério, não contive a emoção.

A fora MARCAS, possuo outras letras musicais, dentro do mesmo diapasão.

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