Cagada de Santana do Ipanema agora é objeto de pesquisa científica

Cultura

Por José Malta Fontes Neto - jornalista MTE/AL 1740

Pesquisa tem por finalidade trazer mais informações sobre o uso do Jabuti na alimentação humana

Na segunda metade do século XX, surgiu em Santana do Ipanema – Médio Sertão alagoano – o modismo de degustar carne de Jabuti, também chamado cágado, nessa região. Com certeza havia por aqui, as duas espécies brasileiras, o jabuti-piranga e o jabuti-tinga. O primeiro é encontrado nas cinco regiões brasileiras, o segundo, no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Não sabemos quem foram os primeiros trucidadores dos quelônios, mas havia um comércio restrito aos apreciadores da iguaria. Eles eram capturados na caatinga do Alto Sertão e comprados por alguns mercadores santanenses, geralmente transportados em caçuás. Não havia ainda a proibição de hoje. Pessoas compravam para criar nos quintais por prazer ou para vendas aos apreciadores. Geralmente, os que compravam cágados, gostavam de beber. (Clerisvaldo B. Chagas - http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/search?q=Cagada+de+Santana+do+Ipanema – acesso em 09/04/2024 20:39

O texto acima do professor, historiador e romancista Clerisvaldo B. Chagas retrata um costume outrora difundido em Santana do Ipanema e que agora passa a fazer parte de uma pesquisa de doutorado da profª. Me. Ida Vanderlei Tenório Barros.

O trabalho tem por finalidade trazer mais informações sobre o uso do Jabuti na alimentação humana tentando entender quais fatores ecológicos e culturais são os  responsáveis  por esse hábito alimentar , como também a sua manutenção nas próximas gerações.  A preocupação com a criação e consumo considerados ilegais pela legislação, aliados a tradição do uso na alimentação no município de Santana do Ipanema , bem como a busca de informações sobre a espécie justificam esta pesquisa, que tem como objetivo investigar os fatores, sociais, ambientais e econômicos que estão associados ao hábito de inserção do consumo do Jabuti  na dieta alimentar na Região de Santana do Ipanema.  A metodologia fará uso de um questionário com o objetivo de analisar este hábito do ponto de vista ecológico e cultural,  avaliando a origem desse hábito e a sua manutenção nas futuras gerações. Os dados serão coletados através do Google formulário. Espera-se produzir  conhecimento sobre as questões culturais e ecológicas deste  hábito alimentar.

A pesquisadora está disponibilizando um formulário, cujo link apresentamos a seguir para que a comunidade possa colaborar com esse trabalho.

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Conheça a pesquisadora

Ida Vanderlei Tenório Barros, possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Alagoas (1987) e mestrado em Recursos Pesqueiros e Aquicultura pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2004). Atualmente é professor assistente da Universidade Estadual de Alagoas - UNEAL – CAMPUS II , em Santana do Ipanema. Tem experiência na área de Aquicultura , com ênfase em Piscicultura, atuando com as seguintes espécies; Tilápia do Nilo, (Oreocrhomis niloticus) e Tambaqui, (Colossoma macropomum). Atualmente é doutoranda no Programa de Pós graduação em Desenvolvimento Territorial e meio Ambiente , da UNIARA – SP , onde está pesquisando sobre a introdução e manutenção do Jabuti/Cágado na alimentação em Santana do Ipanema do ponto de vista biológico e cultural. O objetivo da pesquisa é entender como esse hábito alimentar foi introduzido em Santana do Ipanema e se está sendo passado através da cultura para as novas gerações.

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