Colunistas: A CASA Nº 384 DA RUA DELMIRO GOUVEIA

Literatura

Por Pe. José Neto de França

Que eu me recorde, desde quando vim ao mundo temporal, levando em consideração a casa em que nasci, literalmente “cheia de buracos onde a lua faz clarão”, como disse minha mãe, já residi em 16 casas – Carneiros (02), Santana (07), São Paulo (02), Maceió (01), Cacimbinhas (02) e Major Izidoro (02). Em todas elas aconteceram fatos marcantes em minha vida.

Em relação ao “espinho na carne” (minha paranormalidade) que carrego desde a infância, cuja primeira experiência que me lembro com detalhes, como se tivesse acabado de acontecer, tal foi o impacto que causou em mim, isso quando eu tinha entre quatro e seis anos, citada no apêndice de minha 8ª obra, “EGO, ME IPSO – Autobiografia”, aflorou na primeira casa que residi em Santana do Ipanema, no bairro da Floresta – hoje não existe mais, a não ser em registro de uma foto antiga da cidade.

Com exceção das duas casas de Carneiros, em todas as outras passei por experiências que marcaram profundamente meu existir, mas uma delas, a que se situa à rua Delmiro Gouveia, nº 384, em Santana do Ipanema/AL, sobressaiu entre as outras. Foi nela que vivi, não uma, mas duas pré-adolescências. A natural relacionada a minha idade físico/biológica/psicológica e a sobrenatural – paranormal.

Ao mudar para essa casa, para minha família foi uma espécie de “mudança de padrão social”, pois naquele tempo o bairro da Floresta era mais “floresta” do que bairro. Era, inclusive, separada do restante da cidade pelo rio Ipanema, que quando estava no período de cheia, a única via de acesso a “civilização” era de canoa, um dos meus dilemas enquanto lá estive.

Já para mim, se por um lado foi um grande alívio, pois não teria mais de andar naquela canoa velha, repleta de vazamentos e guiada por um canoeiro que na maioria das vezes não estava sóbrio, em função de seu vício no álcool; por outro ainda não me dava conta de que “encangado” com meu normal, existia o “paranormal” e eu estava justamente nessa passagem da fase de criança para a adolescência, onde a explosão hormonal começa e faz-se necessário muito equilíbrio para um desenvolvimento saudável em todas as dimensões do ser.

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