Na última sexta-feira (16), por meio de uma live especial, foram iniciadas as comemorações do centenário de nascimento de um dos maiores contistas do Brasil, o santanense Breno Accioly.
A live foi uma realização da Prefeitura Municipal de Santana do Ipanema, por meio da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esportes, Lazer, Ciência, Tecnologia e Inovação, com articulação da Diretoria de Cultura e conta com a parceria da Imprensa Oficial Graciliano Ramos
A live teve como mediador o santanense Sílvio Nascimento Mélo que tem uma vasta pesquisa sobre Breno Accioly, já ministrou várias palestras em Santana do Ipanema.
Teve como palestrantes a professora Edilma Bonfim Acioli é professora da Universidade Federal de Alagoas – UFAL e autora do livro “Razão Mutilada. Ficção e Loucura Em Breno Accioly e também já esteve em Santana do Ipanema por várias vezes.
O outro palestrante foi o professor Márcio Ferreira da Silva, também professor da UFAL com atuação no Campus Sertão na cidade de Delmiro Gouveia.
Cada um abordando um aspecto do contista santanense Breno Accioly e após a apresentação das suas temáticas responderam questionamentos do internautas que acompanharam pelo YouTube.
O escritor Silvio Mélo, além de mediador apresentou também deu suas considerações sobre o contista, tema de suas pesquisas.
A seguir a gravação da live:
SOBRE BRENO ACCIOLY
Nasceu em Santana do Ipanema (AL) em 22 de março de 1921 e morreu em 13 de março de 1966 no Rio de Janeiro (RJ). Filho do Desembargador Manoel Xavier Accioly e de D. Maria de Lourdes Rocha Accioly e neto do “Coronel” Manoel Rodrigues da Rocha e de D. Maria Izabel Gonçalves Rocha (Dona Sinhá).
Afilhado do Padre Bulhões e devoto de São José incentivado pela professora Dona Josefa Lima (Zefinha Lima), madrinha de São João, que o alfabetizou. Morou no sobrado em frente à praça que tem o nome do seu avô materno, tendo como vizinhos (duas casas à direita) Agissé, Poni e Berenice Feitosa que o inspirou a criar os personagens João Urso, Poni e Cintia dos contos do seu livro mais famoso João Urso, bem como o Sr. Hermidio Firmo (duas casas à esquerda) personagem de um dos seus mais belos contos: O Natal do seu Hermídio.
Mudou-se com a família, em meados de 1930, para Maceió onde concluiu o ginásio e a escola secundária no Colégio Diocesano. Durante o ano de 1937 começou a escrever no jornal católico O Semeador .
Foi residir em Recife (PE), a partir de 1938, onde foi aprovado no curso de Medicina após cursar o pré-médico no Ginásio Pernambucano. Conviveu e foi amigo de João Cabral de Melo Neto, Gilberto Freire, Evaldo Coutinho, Otávio de Freitas Junior e Esmeragdo Marroquim. Também conviveu com o amigo e conterrâneo Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo que presenciou o momento criativo inicial do conto A Rua dos Lampiões Apagados. Escreveu artigos e contos no Jornal do Commercio cujo editor era o professor, jornalista e poeta Mauro Mota, um dos seus amigos e incentivadores, com quem manteve assídua correspondência quando partiu para o Rio de Janeiro. Amigo do poeta contemporâneo Lêdo Ivo.
Residiu no Rio de Janeiro (RJ), a partir de 1943, onde concluiu o seu curso de Medicina na Faculdade de Ciências Médica em 1946. Atuou como médico leprológo (Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro), dermatologista (Hospital Miguel Couto) e prestou serviços médicos na “Fábrica de Assucar Pérola”.
Em 1944, com 23 anos, Breno Accioly publicou o seu primeiro livro de contos João Urso que ganhou dois prêmios: o “Prêmio Afonso Arinos” da Academia Brasileira de Letras e o “Prêmio Graça Aranha” da Fundação Graça Aranha. Publicou, também, os livros de contos Cogumelos (1949), Maria Pudim (1955), o romance Dunas (1955) e o livro de contos Os Cata-Ventos (1962).
No Rio de Janeiro, então capital do País, Conviveu com a nata da intelectualidade brasileira: Ferreira Gullar, Lúcio Cardoso, Carlos Drummond de Andrade, os irmãos Condé, Mário de Andrade (com quem manteve profícua correspondência), José Lins do Rêgo, Graciliano Ramos.
Breno Accioly deixou obras inéditas: Isabela (contos), Pedras (romance), Crônicas (coletânea), O Caso do Guarda-Chuva Amarelo (contos) e Onze Contos Inéditos, além de um Diário.
Médico e escritor, portador de esquizofrenia, é considerado o maior contista alagoano e um dos melhores do Brasil.
Texto: Sílvio Nascimento Mélo
Comentários