Alguns teóricos, por pertencerem a alguma escola filosófica e/ou sociológica, costumam se apegar às suas paixões e crenças, acriticamente, e tentam, diversas vezes através delas, explicar o mundo, o que se dá no mundo, os fatos e fenômenos sociais. O importante, para eles, é não trair a sua ideologia, parece. Pois bem: o problema que trato, aqui, é de fundamento crítico.
Terry Eagleton, em uma entrevista, para o El País, em 15/08/2016, afirma, para relativizar ou amenizar o fundamentalismo, que “o fundamentalismo, de qualquer tipo, é essencialmente um equívoco que se comete quanto à natureza da leitura.". Em suma: um erro interpretativo, de interpretação. Talvez, Eagleton esteja consciente dessa sua afirmação e a faça proposital.
Neste sentido, ele cai naquele báratro profundo em que também Nietzsche caíra. Foi Friedrich Nietzsche quem, de algum modo, ergueu a bandeira desse tipo de relativismo perigoso. Assim, o filósofo alemão expressou-se: "gerade Tatsachen gibt es nicht, nur Interpretationen"( não há fatos, apenas interpretações). Esse "perspectivismo" (assim o chama Nietzsche), além de perigoso, é destituído de qualquer racionalidade e mesmo de verdade. Está em sua obra "Der Wille zur Macht" (Vontade de Poder). E é justamente nessa obra em que Nietzsche ataca a razão e as verdades, num extremo relativismo, pois afirma que "não há verdades". Ora! Se ele diz que não há verdades, então, por dedução lógica, a sua própria afirmação é falsa! Logo, existem verdades, principalmente as dos fatos. Os relativistas sempre cometem o erro fatal de acharem que tudo é relativo e, por isso, caem na própria armadilha. Sigamos.
Clique Aqui e veja o texto completo
O erro de fundamento de Terry Eagleton sobre o fundamentalismo (para o professor Edson Farias , com toda admiração)
LiteraturaPor Adriano Nunes 25/01/2021 - 20h 43min Arquivo Pessoal

Comentários