Essa realidade cinzenta da paisagem sertaneja forjou homens teimosos. É justamente tal pirraça que nos fez resilientes, ou seja, capazes de superar os óbices que vão surgindo ou os que naturalmente ocorrem no curso da vida. Penso que é nessa interação obstaculosa homem-natureza que se constitui homens engenhosos e criativos, de palavra, “se falei não volto atrás, mesmo que me lasque”; destemidos, ainda que com muito medo sob controle; nosso sim é sim, nosso não é não. Ainda que sejamos cheios de manhas e apreciadores de água que passarim num bebe e de um arrasta-pé arretado, numa sala de reboco...
Fernando Soares Campos, autor de “Fronteiras da Realidade ̶ Contos para meditar e rir... ou chorar”, meu conterrâneo, alagoano de Santana do Ipanema, cidade conhecida como “Terra de escritores”, escreve muito bem, com estilo próprio, o que, na atualidade, poucos escritores revelam. Não, não é exagero. Sua capacidade criativa-inventiva é incontestável, admitida pela grande maioria dos seus leitores. É um Ivan Lessa (**) do Sertão. Herdeiro de uma tradição de contadores de histórias que se perdeu em tempos imemoriais, mas que fora transplantado da Península Ibérica pelos colonizadores que aqui chegaram. Ele os ouviu de seus ancestrais. Sua escrita é reta e ligeira.
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Literatura: Fernando Soares Campos e as Fronteiras da Realidade
LiteraturaPor José Guimarães(*) 22/01/2021 - 22h 45min Fernando Soares Campos

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