Colunistas: A ética do egoísmo - por Adriano Nunes

Literatura

Por Redação com Adriano Nunes

A ética do egoísmo é aquela que a priori não põe entre os seus fundamentos quaisquer preocupações com as gerações futuras. Ela baseia-se numa premissa sub-reptícia de que só existem indivíduos e não existe a sociedade. Nesta perspectiva, o indivíduo é o que é apenas por causa de si. Os outros são os outros indivíduos. As inter-relações se passam unicamente entre indivíduos. Se não há sociedade, parece que, para os que defendem essa ética do egoísmo, tudo se resolve no plano unidimensional da individualidade. No máximo, alarga-se para os laços familiares. Nada mais que isso.

Voltemos no tempo. Uma das características do fascismo, principalmente o nazismo alemão, era fazer com que cada indivíduo se sentisse apenas indivíduo, sem quaisquer laços sociais. Está lá dito por Hitler em Mein Keimpf. É fácil manipular as massas quando os indivíduos são só indivíduos e não têm nenhum liame social, nenhuma preocupação com o todo social.

Ter preocupação com o todo social não significa desaparecer neste todo, não significa sujeitar-se a este todo. Nenhum indivíduo é o que é sozinho. Os que defendem isso são, no mínimo, desonestos intelectuais. Digo “desonestos” porque eles mesmos sabem ser produto de inter-relações humanas complexas com indivíduos, estruturas, agências, Estados, sociedade. Todavia, preferem defender o indefensável porque são, no fundo, egoístas. Sim, eles procuram dar uma justificativa “ética” e “moral” à palavra “egoísmo” e “indivíduo”.

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