Os réus Manoel Francisco Cavalcante, conhecido como coronel Cavalcante, e seu irmão, Marcos Antônio Cavalcante, estão sendo julgados no Fórum de Maceió pela morte de José Gonçalves da Silva, o cabo Gonçalves, ocorrida em maio de 1996. A previsão é que a sessão termine no final da noite.
Esta é a segunda vez que os acusados vão a júri por esse crime. Em 2011, a dupla foi julgada e absolvida pelo Conselho de Sentença. Após recurso do Ministério Público, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) considerou que os jurados decidiram de forma contrária às provas dos autos e determinou novo julgamento.
A sessão está sendo conduzida pelo juiz Sóstenes Alex Costa de Andrade, titular da 7ª Vara Criminal da Capital. A acusação está a cargo do promotor de Justiça Ary Lages.
"A denúncia é bem baseada na confissão de ambos, mas não há só isso. Há provas de testemunhas que estavam no local do crime e depoimentos da família da vítima. São provas robustas", disse o promotor, ressaltando que os réus, se condenados, podem pegar uma pena de 12 a 30 anos.
A defesa dos acusados está sendo feita pelo advogado Givan de Lisboa. "O Ministério Público achou que as provas eram diferentes, recorreu, é um direito que ele tem, o Tribunal cancelou o júri e mandou que se fizesse um novo. Espero que eles sejam absolvidos como foram no júri de 2011", disse.
O caso
O crime ocorreu em 9 de maio de 1996, por volta das 11h, em um posto localizado na avenida Menino Marcelo, em Maceió. De acordo com a denúncia, Marcos Antônio Cavalcante, acompanhado de outros acusados, teria efetuado disparos contra cabo Gonçalves, enquanto coronel Cavalcante teria ficado em seu veículo, prestando auxílio aos executores.Os réus são acusados de integrar a extinta "Gangue fardada", formada, em sua maioria, por policiais e ex-policiais militares, e apontada como responsável por uma série de crimes ocorridos nas décadas de 80 e 90 em Alagoas, como homicídios, assaltos e sequestros.
Matéria referente ao processo nº 0017126-49.2011.8.02.0001
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