Após a prisão do capitão PM Marcelo Ronaldson durante manifestação ocorrida na noite de ontem (01), onde declarou seu posicionamento a favor da participação dos militares na escolha do comandante geral da Polícia Militar, sindicalistas e associações militares realizaram um protesto nesta quinta-feira (02) em frente ao Quartel do Comando Geral (QCG) em solidariedade ao oficial.
?Estamos inconformados com a atitude do comandante-geral. Como o senhor se sustenta no comando punindo os trabalhadores de sua base? Ninguém deve punir as pessoas pelo fato de colocarem de forma legítima sua indignação. O comando sequer chama as associações para manter um diálogo?, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Izac Jackson.
O sindicalista completa que nenhum trabalhador civil ou militar pode ser penalizado pelas pedras e bombas jogadas no palácio ontem. ?Não podem criminalizar o movimento sindical?, afirmou Izac.
Durante o protesto, militantes ressaltaram que não irão aceitar qualquer punição daqueles que participam do movimento grevista. Eles querem apenas discutir com o Governo do Estado uma política salarial, a retirada dos processos de leis, entre outras reivindicações.
Segundo o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), o major Wellington Fragoso, o oficial tem imunidade, pois é diretor da associação. ?Simplesmente por exercer o seu direito de se expressar, foi detido. Não aceitamos qualquer punição de militantes. O comandante tem por obrigação conversar com as associações a fim de reverter esta situação?, explicou Fragoso.
O major Wellington Fragoso completa dizendo que a prisão do capitão Marcelo Ronaldson é um retrocesso e deve ser revogada. ?Ele apenas manifestou seu pensamento e isto é um direito que foi instituído pela Constituição Federal?.
Para o sargento Teobaldo Almeida ocorreu a quebra do estado de direito. ?O comando está indo na contramão da democracia que hoje é implantada no Governo Federal. A liberdade de expressão deve ser respeitada e o capitão estava somente representando a classe e não deve ser reprimido?, afirmou.
Os diretores da Assomal, juntamente com o advogado da entidade tentaram conversar com o comandante-geral, mas não foram recebidos por ele. Enquanto aguardavam os
representantes da associação que foram conversar com o comando, o gerenciamento de crises interveio e solicitou que os sindicalistas saíssem da porta do quartel.
Por ordem do comandante, o coronel Batinga, o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTRAN) fechou a rua, impedindo que os veículos passassem. Alguns sindicalistas afirmaram que o objetivo era impedir que o movimento ganhasse força. Após os policiais do gerenciamento de crises conversarem com Izac Jackson, todos resolveram ir para a Academia da Polícia Militar, onde o capitão Marcelo Ronaldson está preso.
Comentários