O VALENTE ASSALTADO NO BECO

Poemas

Remi Bastos

Prezada Ana Rachel
Este fato aconteceu
Num dia de inspiração,
Quando senti a emoção
Invadir meu consciente
Na Câmara de Vereadores
Em meio a tanta gente.

No dia 26 de julho
Do ano Dois mil e sete
Dia este bem lembrado
Após ser homenageado
Com a insígnia Kátia Bulhões,
Me retirei do recinto
E tomei outras direções.

Era a última noite da festa
De nossa Padroeira
Segui o rumo da feira
Passei em frente a matriz,
Ali vi tudo parado
Parecia abandonado
Meu Deus! O que foi q'eu fiz?

Fiz a curva no museu
Subi pelo Ouro Branco
Na antiga Rua do Machado,
Entrei no Beco de Seu Abdon
Sem pensar nada de mal
Quando sem querer fui abordado
Por meia dúzia de marginal.

Cinco me pegaram pelos braços
E um me apertou o pescoço
Que eu gritei, que é isso moço?
Respeite o cidadão,
Mas, nessas alturas
Aquelas seis criaturas
Sumiram na escuridão.

Ainda tentei pegar um
Que me apontou um punhal
E me olhando com cara de mal
Disse cuidado velhinho,
Depois saiu de mancinho
Descendo pela avenida
Como se fosse um anjinho.

O susto que eu passei
Nas mãos de seis marginais,
Deus me livre nunca mais
Repetir este traçado
Onde eu fui assaltado
Mas, até aí tudo bem
Só me levaram alguns trocados.

Até a chave do carro
Eu só vim saber depois,
Levaram tudo que é meu
E se não fosse Seu Bartolomeu
Que me cedesse o Corola
Eu tinha tomado na caçarola
Para aprender ser mais eu.

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