Seu moço, minha Terra te um nome,
chama-se sertão.
Os meninos de lá de casa, estudam.
Se o senhor não sabe, eu também sei ler.
Seu moço, por que o senhor tá suado?
O senhor trabalha? Ah! Já sei, o senhor é político.
Bem que mãe me disse que um dia desses,
um que nem o senhor ia aparecer por aqui.
Desmonte, se abanque, entre pra dentro,
tome uma água fresquinha.
É da quartinha, é da boa.
O senhor só vem prosear? O quê ?!
Vem atrás de um voto? Mais de quê?
Voto de confiança? Voto de castidade? ou voto de ignorância?
De onde o senhor vem, se vende consciência?
Aqui nós vendíamos, mais a professora de minha irmã,
“Dona do Carmo”, mandou a gente guardar,
pois é impossível achar outra, nem vendendo tudo que tem.
Oxente ! já vai seu moço ? tá cedo.
Êpa, mãe acordou-se, disse que se lembra do senhor, há quatro anos.
Espera aí seu moço ! Esqueceu sua maleta de comprar consciência!
O COMPRADOR DE CONSCIÊNCIA
Poesiaspor Professor Marcello Fausto 31/08/2012 - 23h 50min

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