Um nó nas tripas

Cicero de Souza Sobrinho (Prof. Juca)

“É incrível como as pessoas podem e, no entanto não querem fazer... é incrível como um povo apesar de todas as dificuldades continua lutando pela vida, se agarrando a um fio de esperança, por mais ínfima que esta seja...”
É com muito prazer que reproduzo na integra trecho de uma crônica do Mestre Francisco Carvalho.
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O que seria tão forte quanto à vida e muitas vezes não tinha razão humanamente compreensível?
A morte natural quando um jovem estudante de olhos claros, sentindo dores insuportáveis procurou um medico na cidade vizinha e o Doutor sem o alarde suficiente e necessário recomendou que se procurasse um hospital com mais condições urgentemente. Não advertiu nem alertou que daquela procura podia lhe salvar a vida.
Mas afinal o que é uma urgência que uma palavra muitas vezes sem sentido como tantas outras? O que a torna forte e necessária? Será o tom ou a atitude com que é empregada?
Urgência como um conselho e apenas um alerta. Urgência com vontade de ser urgência pode salvar uma vida. Compreender como funcionam as ações das pessoas as quais a maioria viu seus males se curarem com a força da natureza e da fé, por pior que fosse a dor, o chá de plantas o amor de mãe e a oração para Deus os aliviavam das mazelas.
O resultado: uma apendicite estrangulada, ‘um nó nas tripas’, enquanto carregava uma saca de feijão ajudado os irmãos. E se foi! Sem uma segunda chance. Restou a dor de uma mãe mostrado o atestado de óbito a todos os professores.
Todos os dias acontecem milhares de coisas ao nosso redor que vemos e participamos das mais diversas formas com ações e reações inusitadas as quais na maioria nem damos importância e acabamos esquecendo e outras que não conseguimos esquecer.
A cena de um pai amoroso com uma filha acostumada a ter suas vontades atendidas, dessa forma tornara mimada, devido a tanto amor e cuidado, uma moça devido à idade, que queria mudar seu horário de estudo da tarde para a noite, mal sabia o pai que o principal objetivo da mudança era as amizades, paqueras e que dificilmente seria os estudos.
As justificativas eram as mais diversas e a negativa não era aceita, contraposta com outra desculpa que chegou ate as ameaças de abandono dos estudos, que seriam cumpridas, e não restava outra opção se não aceitar as vontades da juventude.
Muita vida e muito que aprender. Lavando roupas em um sábado de sol, caiu num barreiro e se foi... O responsável seria a falta de saneamento ou mesmo o destino? Aceitar deixa de ser uma opção e passa a ser a única alternativa.
A vida segue seu rumo, à ordem sobrevive ao caos, para isso é necessária a busca de novos caminhos, a solução para antigos problemas que em momentos de difíceis parecem perder o sentido e nos faz duvidar do homem. Mesmo assim, são caminhos da humanidade.
A vida é muito frágil, às vezes e apenas uma luz de velas em meio a uma chuva, quando poderia ser uma fogueira.

Francisco Carvalho
07/05/2008

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