Educar para preservar

Paiva Netto

A Legião da Boa Vontade (LBV) faz parte do grupo de instituições que, na década de 1960, já percebiam o risco iminente de graves crises ambientais e sociais por causa da conduta, muitas vezes, egoísta do ser humano, na ânsia de enriquecer a qualquer preço. A fim de ajudar na mudança dessa mentalidade, a LBV, desde os seus primórdios, trabalha pela Sociedade Solidária Altruística Ecumênica, uma fórmula concebida para rever o paradigma atual de produção e consumo, que já esgota os recursos naturais. A Instituição aposta sempre na transformação operada pelo Amor, pela Fraternidade Real, como fonte de entendimento e alavanca para políticas públicas de desenvolvimento sustentável e de inclusão social.

“Numa sociedade constantemente ameaçada pela destruição, convém lembrar que, a cada dia, pela queda das barreiras de espaço e tempo, os seres da Terra devem compenetrar-se de que formam a imensa família chamada Humanidade”, afirma o diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto.

Biodiversidade e inclusão social
Desde 1960, o Centro Comunitário de Assistência Social Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade, em Glorinha/RS, é uma das unidades-modelo da Instituição. Construído em uma área de quase 1 milhão de metros quadrados, o conjunto tem ao mesmo tempo forte vocação solidária e ecológica. Ao longo de décadas, tornou-se referência no trabalho de inserção social associado à educação ambiental, em que as pessoas aprendem a se relacionar de forma mais construtiva e harmônica com a Natureza. Cerca de 60% da propriedade compõe-se de mata nativa e de espécies procedentes de reflorestamentos. Nesse verdadeiro oásis de biodiversidade, há gigantescos eucaliptos, figueiras centenárias, carvalhos, jambolões e paus-brasil; além de uma variedade de árvores frutíferas, a exemplo de goiabeiras, pessegueiros, laranjeiras, macieiras, mangueiras etc.

No espaço reservado ao trabalho solidário do Centro Comunitário, destaque para os programas LBV — Criança: Futuro no Presente! (que atende meninas e meninos de 6 a 12 anos de idade) e Espaço de Convivência (para adolescentes de 12 a 17 anos). Por meio dessa ação socioeducativa, centenas de crianças e jovens têm a oportunidade de frequentar oficinas culturais (música, artes etc.), com aproveitamento de recursos da Natureza e materiais recicláveis; realizam atividades lúdicas e aprendem Cultura Ecumênica e agricultura orgânica (horta, pomar e lavouras).

Nestes 52 anos do Centro Comunitário de Assistência Social Alziro Zarur, o cuidado com a preservação da área fez do lugar um santuário para plantas e bichos. As condições necessárias para abrigar a vida garantiram a volta de uma infinidade de pássaros e de outros animais nativos.

Mobilizações solidárias
Por iniciativa de Paiva Netto, as décadas de 1980 e 1990 assistiram a uma série de mobilizações e atos públicos pela conscientização da necessidade de preservar o meio ambiente. De norte a sul do país, milhares de pessoas de diferentes gerações saíram em passeatas, levando à sociedade as bandeiras da Campanha A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana, a qual a LBV mantém viva até os dias atuais.

LBV na Rio+20
Diversos setores da sociedade se reunirão neste domingo, 17 de junho, em um painel temático organizado pela LBV, com o apoio do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (Unic Rio) e o suporte do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Organização das Nações Unidas (UN/Desa).

Sob o tema “Cooperação Construtiva”, o painel ocorrerá às 11h30, no Auditório T9, localizado no Riocentro, na capital fluminense. O objetivo da LBV ao realizá-lo é contribuir para a discussão dos assuntos propostos na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e apresentar uma série de recomendações da sociedade civil para a redução da pobreza e a promoção do desenvolvimento sustentável.

Para outras informações acesse www.lbv.org.br ou ligue para o tel.: (11) 3225-4500.

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