O BAILE DE MÁSCARA

Joaquim José Oliveira Chagas

DIÁRIO DE QUARENTENA II

O BAILE DE MÁSCARA


“Cada época é salva por um pequeno punhado
de homens que têm a coragem de não serem
atuais. (G.K.Chesterton)



O que estamos vivendo hoje, nos lembram os carnavais de Veneza com suas belíssimas mascaras, um baile fora de época, com uma diferença, neste, todos somos obrigados a participar quer goste ou não, é LEI, estamos vivendo um novo normal.
Há mais de 200 anos o mundo passou por uma outra pandemia da PESTE NEGRA, o desconhecimento do que vinha a ser aquela doença era o grande problema, ao contrário de hoje nós a conhecendo, já fizeram até o mapeamento genético da Peste Chinesa. Curioso que há algumas teorias que dão conta que a peste negra teve origem no Oriente, na China, trazida pelos navegantes aos portos de Genova e Veneza outras foram atribuídos a causas místicas culpando um povo, no caso os judeus.
Mas, teorias a parte, o que me chama a atenção é o que está acontecendo bem diante de nossos olhos:

Sobre a alegada proteção coletiva, os governadores e prefeitos receberam por delegação do STF o poder real sobre os seus súditos praticamente de vida e de morte, deixamos de ser um Federação, agora somos 27 países unidos apenas por questões puramente econômicas a União. A população fica cega neste jogo político sem saber em quem acreditar. E vidas sendo ceifadas, virando estatística para justificar narrativas seja de fulano ou de sicrano. E as pessoas como meros peões nessa mórbida sordidez política.

Como vamos restaurar os poderes da República? Carcomido por homens, que não quiseram quando podiam fazer a coisa certa para o bem do povo. Fico pensando numa frase que ouvi a pouco: - Você prefere um homem Educado, mas sem princípios ou um homem rude, mas com princípios. Os pesos e contrapesos pensados pelos legisladores sobre os pilares que assentam a nossa Republica estão desregulados.

Há um ditado que diz: dê dinheiro, mas não dê poder, pois no serviço público as pessoas muitas vezes preferem o título, pois gostam de mandar por mandar, esquecendo que o serviço público já dizia um grande jurista, “ É o patrimônio daqueles que não tem patrimônio. ” É servir. O nosso presidente está de mãos e pés atados pelo STF, o Brasil é governado hoje por 27 governadores. Ora o Estado é uma abstração, na realidade nós, o povo concretamente vivemos em cidades. Quando a luz, o lixo, o asfalto, a desorganização aparece vamos reclamar para quem? Para o alcaide este sim, é o administrador real da cidade em que vivemos, governador é voltado para viabilizar as grandes obras estruturantes do Estado etc. Mas independente desta separação importante, a verdade é que hoje todos se uniram para nos colocar em prisão domiciliar, deixaram de ouvir o governo central sob a alegação que estão seguindo orientações cientificas ditada por um órgão externo ao Brasil, órgão de assessoramento completamente aparelhado e sem credibilidade que é a famigerada OMS.
Há de se perguntar será o complexo de vira lata ou pura birra ideológica para não seguir orientações do líder eleito por esmagadora vontade popular. Nesta quebra de braço só nos resta, torcer para que nenhum mal nos acometa.

O trabalho não pode parar, uma hora os produtos vão faltar, não é uma questão de ou você cuida da saúde ou do trabalho, não existe esta dicotomia ou é uma coisa ou outra, não são excludentes. Precisamos das duas coisas, cuidar da saúde e do emprego. Abaixo uma metáfora que recebi sobre esta situação que clarifica o que estamos falando:

Era só mais uma lojinha fechada pela prefeitura durante o Covid-19. Ao fechar “temporariamente” a loja, alguns funcionários foram dispensados e outros tiveram os contratos suspensos. Um dos funcionários desligados teve que parar a faculdade. A faculdade demitiu o professor. O professor cancelou a academia. A academia fechou e devolveu o imóvel. O proprietário do imóvel cancelou a compra de um automóvel. A loja de carros reduziu o quadro de vendedores. Os vendedores reduziram os gastos pessoais no comércio e serviços. Com a redução dos gastos, diminui a tributação. Reduzindo a arrecadação de impostos, a prefeitura não conseguiu pagar os funcionários que entram em greve.
Depois do caos instalado, o prefeito pergunta assustado:
– Tudo isso por uma lojinha? O que ela vendia?
– Esperança, ela vendia esperança!!!


Autor desconhecido

Diz que o papel aceita tudo, (inclusive estas humildes palavras) como somos crédulos, principalmente no que diz respeito a autoridade e ao Estado e a qualquer coisa escrita. Não aprendemos a refletir, apenas a criticar (agradecemos ao desserviço do Sr. Paulo Freire) que são coisas completamente diferentes. Nossa atitude em relação às ordens emanadas de qualquer autoridade são quase oblativa, mesmo que seja a maior platitude, portanto, precisamos tomar as rédeas na nossa vida e entender que o culpado de qualquer situação nunca será o outro, mas nós mesmos, portanto, solte o cabo da nau e tome o leme nas mãos.

Shakespeare dizia pela boca do bobo na obra “Rei Lear” ato 3 cena 6: “Louco é quem acredita em lobo manso e jura de puta. ” Torço para que nunca chegue o tempo em que alguém diga como Auguste de Saint-hilaire, “Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”
Joaquim José Oliveira Chagas

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