Alberto Caeiro, é um dos heterônimos do grande poeta português Fernando Pessoa (1888-1935). Entre sua vasta, importante e famosa obra compôs o poema: “Pelo Tejo vai-se para o Mundo” que se inicia com esses versos: “O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia/ Mas o Tejo não é mais belo rio que corre pela minha aldeia/ Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia” Fonte: www.citador.pt/poemas
Vê caro leitor, o cronista hoje veio enaltecer o rio que passa pela sua cidade. Mais que isso, etimologicamente veio esmiuçar o nome, e o apelido do rio que passa margeando nossa cidade, emprestando-lhe parte do nome. E de como a supressão ou substituição duma única letra de um vocábulo, pode alterar radicalmente o significado.
No caso do rio citado pelo poeta lusitano, surgiu-nos uma pergunta: Seria o “Tejo” um réptil aqui do nosso sertão chamado de “Teiú” que teria nominado? Esta nossa teoria infelizmente não se confirmou. Veja:
“O gênero de répteis Tupinambis, da família Teiidae, é popularmente conhecido como Teiú, lagartiu, teju, tegu, jacuraru, jacuruaru, jacruaru e caruaru. Compreende os maiores lagartos do Novo Mundo (podem atingir até dois metros de comprimento) e abrange sete espécies, todas nativas da América do Sul. Fonte Wikipédia.org.br”
Portanto não podia ter sido o lagarto que nominara o rio hispano-lusitano. Eis a verdade:
Segundo a lenda Tajo seria o nome de um rei Ibero que foi cruelmente assassinado por Asdrúbal e que teria (por cognome) o mesmo nome do rio Tejo. Fonte: Wikipédia.org.br
Mas de onde vem o nome do nosso rio? Na última sexta-feira, após uma reunião de professores tive a oportunidade de encontrar e conversar com ilustríssimo amigo escritor, historiador, autodidata, professor Marcelo Fausto. E conversa vai, conversa vem chegamos ao tema. O mesmo esclarecia haver grande diferença entre “Ipanema” e “Panema”. Até então considerávamos como sendo apenas uma corruptela, uma variante entre os termos. Mas eis que uma pesquisa mostrou-nos a verdade:
“Panema: De coisa ruim.
Ipanema: Rio ruim; imprestável, lugar fedorento. Fonte: povodearuanda.wordpress.com/mini-dicionário-tupi-guarani”
“Panemice – De panema; vítima de feitiço, sujeito sem sorte. Fonte: vocabulário jangadabrasil.com.br”
“Panemice: Parado; sem reação Fonte: dicionarioinformal.com.br"
Faço aqui uma pausa para questionar: Terá deste verbete advindo o radical “Pane” que significa defeito, falha? São apenas conjecturas, confabulações. Detalhe: a palavra “Ipanema” apesar de nominar diversos acidentes geográficos: uma praia carioca muito famosa, um rio no sertão de Alagoas, além de inúmeras logomarcas de produtos e serviços conhecidos. Não encontrei o verbete em nenhum dicionário da língua portuguesa que procurei, fosse ele real (brochura de papel) e mesmo virtual aqui na web. Não houve um só que trouxesse a definição deste vocábulo.
Continuei a pesquisar e descobri que “Panema” como verbete é um substantivo feminino. Portanto é “A Panema”. Leia esse trecho de um texto de autoria de Eduardo Galvão:
“O que é A Panema Indígena- Além das diversas crenças indígenas, existe uma que por penetrar tão intimamente na vida cotidiana do caboclo, é de particular importância ao considerar-se a vida religiosa dos índios. É a crença na panema ou panemice, uma força mágica, não materializada, que a maneira do mana dos polinésios é capaz de infectar criaturas humanas, animais ou objetos. Panema é porém um mana negativo, Não empresta força ou poder extraordinário; ao contrário, impacta o objeto de sua ação. O conceito de panema passou ao linguajar popular da Amazônia com o significado de “má sorte”, “desgraça”, infelicidade”. Fonte: imagick.org.br/pagam/xamanismo
Chega de “panemice” e vamos encerrar. A piada? (nada que o valha...)
“Um cara de meia idade, incomodado com dores no corpo vai ao médico, que receitou-lhe Anti-inflamatórios e repouso. Ele tinha uma pergunta:
-Doutor o que foi que eu fiz pra estar assim?
-Aniversário.”
“A professora pergunta a Joãozinho:
-Qual é o coletivo de pobre?
-Ônibus.”
No meu blog (fabiosoarescampos.blogspot.com) publiquei uma poesia sobre cúmulos. Achei na web, mais este aqui:
O CÚMULO DA INCOMPETÊNCIA: SER REPROVADO NUM EXAME DE FEZES!
Fabio Campos 04 de Junho de 2016.
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