COMENTANDO NA SOMBRA DA QUIXABEIRA

Antonio Machado

COMENTANDO NA SOMBRA DA QUIXABEIRA
Antonio Machado.

Ao receber o compêndio À sombra da Quixabeira um punhado de belas e saudosas crônicas, numa miscelânea de prosa e poesia, deitei-me a ler como dizia o imortal José Américo de Ameida. Iniciei meu trabalho tão prazeroso , como se diz no sertão, “pelas beradas”, pelas orelhas. Lembrei-me do menino que chupava o doce e chorava ao mesmo tempo. E um santo lhe perguntou: por que choras, enquanto chupas o doce? Ele respondeu: por que vai acabar, meu santo. E assim fazia eu, não chorava fisicamente, mas sentia intimamente, porque o livro iria chegar ao fim, e Almeida Garret escreveu: ”as lágrimas mais doidas, são as que choramos com o coração”.
Esse florilégio de crônicas tão engraçadas, faze-nos voltar ao tempo, mormente nós outros, que em nossa juventude vivemos na vetusta Santana do Ipanema, como tão bem escreveu seu poeta maior, Remi Bastos, “saudade, não vá embora é cedo, sozinho tenho medo, de ficar a recordar...” Por não conhecer pessoalmente esse cantor santanense, ninguém me apresentou naquela noite de autógrafos, depois, soube que ele se encontrava também no recinto. Não vou comentar minhas malgradas crônicas, mas confesso que, ao relê-las em casa, achei graça, das minhas próprias peripécias, e fiquei com medo de santo padre Sizo de Mata Grande, não mais me abençoar. Gostei muito da homenagem do professor, escritor Clerisvaldo B. Chagas, em Ode ao rio Ipanema, e no final, o autor da bela página literária, dedica a este modesto escrevedor sertanejo. A bodega de seu Oseias escrito pela fecundidade intelectiva desse poeta genial Fábio Campos, que dada sua prodigiosa memória trouxe a lume até o nome das cachaças do passado, que somente a Pitú, sobreviveu. Outro trabalho primoroso é do portalista José Melo Carvalho, que infelizmente, também não conheço, e é sobre outro bar de seu Zé Soares, onde o articulista garimba os nomes dos freqüentadores habitueses, onde a notícia do dia era comentada, em sendo o autor freqüentador do ambiente, aglutinou na memória os nomes daqueles que, no passado, foram figuras de destaque na sociedade Santanense. E a festa da juventude? Esta foi descrita com esmero e cuidado pela escritora Lúcia Nobre, que em relance, discorre os pioneiros daquele evento que tanto cresceu, constituindo-se a coquelu-che da festa da padroeira. A craibeira não foi esquecida, pois o escritor e professor Manoel Augusto de Azevedo Santos, cantou em prosa suas florandas, que outrora enfeita as margens do rio Ipanema, cuja árvore, dado seu valor, hoje é árvores símbolo de Alagoas.
Caro leitor, o assunto não encerra aqui, voltarei numa outra crônica, se senhora Santana deixar. Mas santanense, duvido que, você vivendo fora, e ouvindo Santana dos meus Amores, de Remi Bastos, na voz maravilhosa de Walto Santana,e lendo A sobra da Quixabeira que nós escrevemos uma lagrima furtiva não lhe caia dos olhos.(a tarde traz a lembrança de um caminho percorido) (do meu livro pensamentos). Noutra crônica relacionarei portalistas e pessoas outras que estiveram abrilhantando a festa de José Malta Fontes Neto, no lançamento da obra À sobra da Quixabeira.

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