A FEIRA LIVRE DE OLHO D’ÁGUA DAS FLORES (4ª E ÚLTIMA PARTE)

Antonio Machado

A FEIRA LIVRE DE OLHO D’ÁGUA DAS FLORES (4ª E ÚLTIMA PARTE)
Antonio Machado
Prezado leitor, já estava pensando em encerar essa história que venho contando sobre a feira livre de Olho d’Água das Flores, todavia, fui procurado por Colly Flores, o poeta sem métrica, que vez por outra lê meus escritos, e se diz admirador, mormente quando coloco em meu trabalho suas valiosas colaborações poéticas, que só vêem enriquecer meus modestos escritos de pesquisador de minha terra, de quem tanto me orgulho. Então nesse solavanco, de mudanças da feira do Centro Comercial Domício Silva para as ruas laterais, provocou alguns desencontros de pessoas e locais de compra e venda , levando o poeta a escrever esta décima muito oportuna, que resolvi inserir neste trabalho: “Nem mudou a feira/ foi um abuso da peste/ o povo que veio do agreste / ficou todo atrapaiado/ Pé de bolo e Zé Espaiado/ e Deuzinho do Pedrão/não acharam mais a budega/ que tomavam uma canjirão/ toda segunda feira/ para afogar a paixão”.
Como disse noutro artigo, aos poucos, as coisas vão se acomodando e, certamente quem vai ganhar é o comércio, e consequentemente, o povo, porque “povo educado, é povo civilizado”.
Dentro da sua verve poética, Colly Flores escreveu mais esta, que é simplicidade engraçada: “Maria Grude não reclamou/ disse que casa foi cheia/ as nêgas entraram na pêia/ até entardecer/ eu não tive o que dizê/ fiz bom apurodo/ Deuzinho amanheceu mijado/ e sem dinheiro também/ Não tinha nenhum vintém/ e foi prá casa lascada”.
A feira livre do município se constitui hoje uma fonte de renda boa gerando recursos e divisas para o município, mesmo com o comércio informal, mas movimenta muito dinheiro, basta ver a atração que exerce na região a feira livre de Olho d‘Água das Flores, sendo uma das melhores da região sertenaja. Então Colly Flores em sua ironia jocosa, escreveu mais esta: “Encontrei o Prof. Machado/ que também é historiador/ e ele me perguntou/ Se fiz bom apurado/eu que trabalho no mercado/ vendi toda mercadoria/ E ele me parabenizou/ por meu comportamento/ mas Truaca não vendeu o jumento/ Porque a feira fracassou”. Ora, na vida nem tudo são flores, existem também os dias de fracassos, haja vista o comércio ser oscilante, num dia dá lucro, outro, prejuízo. Enquanto isto o poeta não poupou nem ele mesmo, e satirizou: ”o poeta Colly Flores/ que gosta do cabaré/ onde tem uma muié/ dona de seus amores/ toda feira vem aqui/ amar Zefa de Pirpirí/ que mora lá no Pedrão/ dona de sua paixão/ toma pitu com siri”.
Tenho muitos fatos da feira livre de Olho d´Água das Flores, porém os espaços são pequenos, mas no meu livro (OLHO D´ÁGUA DAS FLORES E SUA HISTÓRIA-18000-2010) ainda Inédito, enfoco os fatos que marcaram essa história tão importante, quanto hilária também.



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