Blogs: Vou-me embora, vou-me embora, prenda minha

Cultura

Por João Neto Félix Mendes - www.apensocomgrifo.com

Luiz Graeff Teixeira (1946-2023) tocando seu piano Yamaha. Foto do autor

Eu saí para visitar um cliente na zona rural. Era o início da tarde e o sol brilhava com intensidade. Eu gostava de dirigir em estradas vicinais de chão batido. A velocidade mais lenta me dava a oportunidade de apreciar os cenários rurais tão peculiares e cativantes. As cercas de arame farpados pareciam infinitas, porém nada é tão livre quanto o pensamento. Algumas árvores vestidas de amarelo se confundiam com o nome popular da região, Pau Amarelo, Taquarana.

Eu seguia devagar por aqueles caminhos de piçarra avermelhada, lembrando que também sou terra, elemento que simboliza capricornianos como eu. Quando cheguei na Fazenda Varginha, fiquei impressionado com a imensa plantação de amendoim. Eu já sabia de antemão. Quando parei na casa sede, procurei uma sombra para estacionar. Ao longe, uma reserva de mata coroava aquele pedaço de terra pelo verde intenso que irradiava calmaria e paz. De pronto, fomos conhecer de perto as plantações cujo fruto é subterrâneo.

De volta a casa, acompanhado pelo Eduardo, paramos um pouco para tomar água e aliviar a sede. Quando adentramos, deparei-me com um piano preto ¾ de cauda, marca Yamaha, na sala. Subitamente, minha alegria se revigorou. Esqueci a sede e me dirigi rapidamente ao instrumento. Abri-o imediatamente e, sem pedir licença, comecei a teclar alguns acordes da canção “Smile” (1936), de Charles Chaplin. (Clique para assistir) Em seguida, percebi que havia despertado seu Luiz da sua sesta. Desculpei-me. Ele confidenciou que pensava que estava sonhando, pois era improvável que outra pessoa estivesse ali, naquele momento, tocando seu piano.

Clique Aqui e veja a crônica completa

Comentários