Até terça-feira (5), Alagoas já havia imunizado 363.969 pessoas contra a Covid-19, sendo 294.589 vacinadas com a primeira dose e 69.380 imunizadas com a segunda. Os cuidados, porém, não devem ser ignorados, mesmo por quem já completou o ciclo de vacinação. Segundo estudos sobre a viabilidade das vacinas contra a doença, a imunização contra o vírus só vai ser obtida 15 dias após a administração da segunda dose. Independente de estar, ou não, imunizado contra o novo coronavírus, a verdade é que não será possível abandonar as máscaras tão cedo, uma vez que depois de receber as suas doses, a pessoa tem menos chances de ficar doente com a Covid-19, mas, em contrapartida, ela ainda pode transmitir a doença, segundo explica a infectologista do Hospital da Mulher (HM), Sarah Dominique Dellabianca Araújo Holanda.
A médica ressalta que, em primeiro lugar, a população deve se certificar da vacina que tomou, bem como se atentar sobre a data da próxima dose, já que existe uma diferença no intervalo da CoronaVac e da AstraZeneca. Neste momento, apenas os vacinados com a CoronaVac estão recebendo a segunda dose, pois o intervalo de aplicação da vacina AstraZeneca é de até 90 dias. Além disso, o uso de máscara de proteção, higiene constante das mãos e manutenção do isolamento social – especialmente no sentido de evitar aglomerações – continuam sendo fortes aliados no combate à Covid-19, conforme destaca a infectologista do Hospital da Mulher.
“O que acontece hoje é um aglomerado de pessoas dentro de suas residências ou em casas de praia. Muitas, inclusive, frequentando pousadas. Elas esquecem que, mesmo para quem foi acometido pela Covid-19, é possível, sim, ter um segundo episódio da doença pela nova cepa do novo coronavírus. Para aquelas pessoas que já estão vacinadas e se sentem encorajadas a fazer um evento privativo, é bom sempre lembrar que nenhuma vacina protege 100%. A imunização é uma estratégia coletiva para proteger a sociedade como um todo e não um procedimento realizado para proteger cada indivíduo isoladamente. Independente do percentual de eficácia das vacinas, o que realmente importa é a capacidade dos imunizantes em prevenir casos graves, que exijam internação nos leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva]. A meu ver, o mais relevante neste momento pelo qual o Brasil está vivendo é salvar vidas”, destacou a especialista.
Ela frisou que, embora a ciência tenha muitas informações sobre a Covid-19, algumas perguntas continuam sem resposta. Não se sabe, por exemplo, por quanto tempo uma pessoa vacinada está imune à doença e nem com qual frequência as vacinas precisarão ser aplicadas, já que diversas mutações do novo coronavírus estão sendo descobertas. A infectologista do HM tem observado que a segunda onda da Covid-19 tem afetado os jovens, um grupo até então menos atingido pela doença. Apesar de haver negacionistas de todas as idades e em todas as classes sociais, profissionais de saúde que estão na linha de frente do atendimento dos hospitais, são unânimes em afirmar que o vírus tem circulado em maior número entre os jovens, desde o final de dezembro de 2020, antes mesmo de a vacinação estar disponível no Brasil. A razão para isso, de acordo com Dominique Dellabianca Araújo Holanda, é bastante clara: são os jovens que estão na porta dos bares, nos eventos e nas festas clandestinas, não raro sem o uso de máscara.
“A vacina está realmente protegendo os idosos de fevereiro para cá, sobretudo em março, mês em que foi intensificada a vacinação contra a Covid-19 neste público. Tenho percebido desde o final de dezembro e início de janeiro, a hospitalização de jovens em estado grave. Esse público não mediu as rédeas durante as festas de fim de ano e o Carnaval, quando muitos se reuniram com familiares e amigos, cujas aglomerações foram compartilhadas em redes sociais e, em seguida, veiculadas nos sites e na tevê. Eles se permitiram – e ainda continuam – a fazer aglomerações clandestinas e a frequentar festas privadas com capacidade de mil pessoas num único lugar. A conta está se apresentando agora. Todavia, mesmo com a hospitalização juvenil nos leitos de UTI, a faixa etária de letalidade ainda é prevalente em idosos”, afirmou a infectologista.
Infectologista explica os cuidados que devem ser tomados após vacinação contra a Covid-19
SaúdePor Marcel Vital - Agência Alagoas 07/04/2021 - 20h 05min Marcel Vital

Sarah Dominique diz que tem aumentado o número de internações e de óbitos de jovens em razão da Covid-19
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