OS CINQUENTA ANOS DA LOJA MAÇÔNICA AMOR A VERDADE

Outras Peças Literárias

Por Porfirio Rodrigues Câmara. CIM 124.245 (*)

MAÇONARIA

Sobre esta importantíssima matéria, muito se tem falado e escrito. Porém de maneira mais sectária que eclética, e, não condizente com o espírito cosmopo da maçonaria, que por ser dinâmica e não estatística, transcende as limitações da história e da geografia, o que vale dizer, do tempo e do espaço. A origem real da Maçonaria se perde nas brumas da antiguidade.

A Maçonaria reúne em seus ensinamentos, conceitos que levam o homem ao perfeito equilíbrio, a conscientização ideal da máxima.

" DE ONDE VEIO... ONDE ESTÁ, PARA ONDE VAI"

A Maçonaria é uma instituição essencialmente filantrópica, filosófica, educativa e progressista. Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade.

Seus fins supremos são: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE

Maçonaria, órgão fundamental para manter relações de Fraternidade e respeita rigorosamente o seguinte postulado universal da Ordem, na existência de um princípio criador.

DEUS - GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO
A Maçonaria sustenta que os maçons têm os seguintes deveres essenciais:

AMOR Á FAMÍLIA, FIDELIDADE E DEVOTAMENTO A PÁTRIA E OBEDIÊNCIA A LEI.
A Maçonaria tem a manutenção das três grandes luzes sempre à vista em todas as sessões das Lojas e Corpos;

O LIVRO DA LEI, O COMPASSO E O ESQUADRO.
Para ingressar na Maçonaria, o cidadão deve possuir alguns requisitos:

TER NO MÍNIMO 18 ANOS, TER UMA PROFISSÃO, PLENO GOZO DA CAPACIDADE CIVIL, TER INSTRUÇÃO, BONS COSTUMES E SER FISICAMENTE HIGIDO.

DEVERES DOS MAÇONS


O Maçom se identifica como tal,no mundo Profano, pela sua autoridade moral, pela sua dignidade, pela sua decência, pontualidade nos seus compromissos, pelo seu respeito à própria família e à família de outrem, pela sua humildade e coragem que dão personalidade marcante.

O Maçom tem o dever de conduzir moral e com decoro dentro e fora da Loja.

O Maçom não provoca aborrecimento, vexames, desgosto ou tristeza no seu lar.

Os bons exemplos dos Maçons: trabalho constante, sigiloso,disciplinado, respeitoso,obediente, sem olhar a quem.

É necessário igualmente pagar integralmente tudo o que for devido.

A Maçonaria se impõe pelas obras e pelos exemplos dos MAÇONS.

Nos registros do Grande Oriente do Brasil consta que a LOJA MAÇÔNICA AMOR A VERDADE número 1895 foi fundada em 03 de julho de 1973. Isto porque os registros trazem a História das pessoas e das instituições. Mas a saga da AMOR A VERDADE é mais velha do que sua História.

Há uma pré-história que precisa ser trazida à Luz e necessita de pesquisa mais acurada que, esperamos, será desenvolvida pelos historiadores existentes no Quadro da Loja.
Nos anos 50 do século passado já o ideal maçônico inflamava-se nas terras de Senhora Santana, pois muitos santanenses, deslocando-se para outros orientes, principalmente Maceió, haviam mergulhado a inquietude de suas buscas nas águas benfasejas da Maçonaria.

Assim é que 10 Obreiros, aqui radicados, idealizaram a fundação de um corpo maçônico, inicialmente um Triângulo denominado "Amor à Verdade", de que não há registro escrito mas está na lembrança lúcida e descortinando do Irmão Bartolomeu Barros.

O que temos em arquivo daqueles tempos é um caderno "Colegial" - livro de presença de uma instituição que se denominava "Loja Firmeza à Ordem" e que fez reuniões a partir de 29 de abril de1957 até data não apurada.

Da primeira dessas reuniões participaram: Alencar, AP da Virtude e Bondade; Aluísio Almeida Sampaio, MM, na função de Venerável; era membro da Virtude e Bondade; Augusto Costa Camelo, AP da Virtude e Bondade; Bartolomeu Barros, AP da Virtude e Bondade; João Farias Filho, AP da Virtude e Bondade; José Batista Sobrinho, AP da Virtude e Bondade; José Conrado de Lima AP da Virtude e Bondade; Júlio Soares da Silva, AP da Virtude e Bondade; Leuzinger Alves de Melo, MM da Virtude e Bondade e Wison Brandão, MM da Virtude e Bondade.

E nas duas reuniões seguintes vieram se juntar aqueles desbravadores os Irmãos Álvaro de Araújo Granja, Artur Gomes Cantuária, Clodolfo Rodrigues de Melo, João de Aquino Rocha e José Accioli Costa.

Como se pode ver, naqueles tempos arrendados já pisavamneste solo 15 maçons que plantaram a semente sa Sublime Instituição na ribeira do Ipanema. Infelizmente, pelos dados existentes, a Loja "Firmeza à Ordem " teve duração e atuação efêmeras e, ao que parece, nem chegou a se inscrever nos arcanos da Rua do Lavradio, antiga sede do GOB. Mas não morreu a ideia, apenas mergulhou em curta letargia para despertar na década de 1970, quando nova plêiade de irrequietos buscadores conheceu a Luz em outras paragens.

Dentre aqueles, citamos: Adelson Isaac de Miranda, Alberto Nepomuceno Agra, Florestal Vanderlei Alencar, Francisco Medeiros, Hamilton Silva Melo, José Pinheiro de Moura, Silvio Hermano de Bulhoes e Vanildo Nobre Santos, que começaram a conspirar e a sacudir os mais antigos. A partir daí o Irmão Bartolomeu Barros perdeu o sossego pois sendo então Grau 18 e homem dos mais influentes na região sertaneja, foi assediado diuturnamente pelos "cabritinhos" para aqui fundar uma célula maçônica. Desses, o mais persistente, insistente e renitente foi Silvio Hermano de Bulhoes, aquele sonhador e sedutor incorrigível. E no dia 03 de julho de 1973 realizou-se a reunião de fundação desta Loja, com Bartolomeu Barros aclamado Venerável e autorizado a formar a chapa que na Ordem do dia foi eleita como Diretoria Provisória. Foi também escolhido o título de AMOR A VERDADE para o novo corpo. Só em 27 de setembro de 1973 se elegeu a Diretoria definitiva, assim composta:
Venerável, Bartolomeu Barros, Primeiro Vigilante, Clodolfo Rodrigues de Melo, Segundo Vigilante, José Accioli Costa, Orador, Adelson Isaac de Miranda, Secretário, Silvio Hermano de Bulhoes, Tesoureiro, José Conrado de Lima e Chanceler, Francisco José Ribeiro Sampaio.

A mesma assembleia declarou fundadores os seguintes Obreiros:
Adelson Isaac de Miranda, Ademilson José dos Santos, Alberto Nepomuceno Agra, Álvaro de Araújo Granja, Bartolomeu Barros, Breno Vieira Lima, Claudionor Francisco das Chagas, Clodolfo Rodrigues de Melo, Elias Rodrigues Siqueira, Florestal Vanderlei Alencar, Francisco José Ribeiro Sampaio, Francisco Medeiros, Geraldo Ferreira Monteiro, Hamilton Silva Melo, João Salgado de Vasconcelos, José Accioli Costa, José Carlos Moroni Valença, José Conrado de Lima, José Mascarenhas Filho, José Pereira Bonfim Filho, José Pinheiro de Moura, Jugurta Nepomuceno Agra, Leonídio Augusto Costa, Leovigildo Chagas de Souza, Orlando Soares da Silva, Silvio Hermano de Bulhoes, Sinézio Soares Prazeres e Vanildo Nobre Santos.

Na terceira reunião da nova Loja (19.07.1973) foram apresentados oito candidatos, mas a primeira Iniciação deu-se em 21 de abril de 1974 e como nossas instalações eram precariamente improvisadas, a Iniciação foi realizada no Templo da ARLS " União Palmeirense ",1454 de Palmeira dos Índios, a qual foi fundada em 1956; dos oito candidatos, só iniciaram quatro- José Nobre Filho, Lourival Pereira da Costa, Mário Vieira Barros e Antônio Alves Sobrinho(CUPIM- "Cavaleiro da Triste Figura "), o único que continua a lavrar a Pedra Bruta; os demais perderam-se na vida, talvez a custa de aventuras, como diz a música de Renato Teixeira.

A segunda Iniciação, em 12 de outubro de 1974, foi realizada nas instalações do Tênis Clube Santanense,onde se improvisou um templo,isolando-se as ruas circunjacentes, com o beneplácito da municipalidade, tal era a influência da Loja e de seus membros. Nesta data foram Iniciados: Antônio da Silva Cavalcante(Doni), Dennisson Mendonça Dantas, José Cipriano Filho, José Maria de Amorim(Praça) e Manoel Ferreira Machado, hoje só temos notícias do Dennisson, é Grau 33, os demais perderam-se perderam-se no horizonte da vida ou adormeceram na indiferença.
Em 31 de maio de 1975,foram Elevados a Companheiro Maçom 10 Irmãos Aprendizes. A primeira Exaltação foi realizada em 09 de agosto de 1975,quando doze Companheiros, receberam o Grau de Mestres Maçom.

Esses foram os primórdios da AMOR A VERDADE, de sua gloriosa história muito temos que contar. Mas tempo não há. Como as atividades culturais, recreativas e educacionais para a comunidade: cursos de corte e costura, de flores, datilografia, informática... em suas instalações já abrigou outros movimentos: espírita, rosacrucianos, alcoólicos anônimos. Não há espaço para dizer da memorável festa branca em que foram recebidos dois padres católicos da cidade e o pastor da igreja Batista, e nenhum deles sentiu-se diminuído entre nós nem entre si, nem nós diante deles. Não há tempo para falar também das nossas dificuldades; a vez em que ruiu o teto da Loja destruindo os móveis e utensílios, ficando porém intacto o Livro Sagrado. Nem tampouco da última cheia que trouxe enormes problemas, mas é oportuno dizer que a exemplo dos hebreu,tudo foi reconstruído.

O tempo é escasso para falar dos Irmãos que se foram para a vida e para a morte, dos que bem se encaminharam na senda e dos que tresmalharam por ínvios caminhos. Mas o tempo não limita nossa capacidade de lembrar esentir.Lembrar o árduo trabalho e sentir o doce sacrifício de lutar por uma causa em que acreditamos já naqueles tempos é que hoje continua sendo o ideal maior de nossa breve passagem por esse mundo de Deus.

COMO PODEM VER, SENHORES, É UMA PEQUENA LOJA. MAS HÁ OS QUE A AMAM

(*) Discurso proferido por Porfirio Rodrigues Câmara. CIM 124.245 - Soberano Grande Inspetor Geral do REAC.

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