ANO JORGE DE LIMA

Crônicas

Por Alberto Rostand Lanverly Presidente da Academia Alagoana de Letras

Recordo quando estudando em Berlim na Alemanha, em uma das paredes da sala de aula por mim habitualmente frequentada, estava gravado pensamento do filosofo Ludwig Feuerbach, cujo teor por, por haver lido com tanta frequência jamais esqueci:

“Os deuses são a personificação do que os seres humanos anseiam, em última instância, ser. Deus é o ideal do homem criado pelo próprio homem para o homem. Quando um ideal morre, um deus morre também.”

Desde então passei a acreditar com firmeza que nunca uma sociedade pode ser grande ou pura, sem objetivos ou metas a atingir e como o ser humano está implícito em tal pensar não busco enfocar a conduta do mesmo, mas sua saga rumo à alcançar metas estabelecidas.

Inúmeros são os exemplos de pessoas que possuidoras de qualidades, lutam por seus sonhos, conseguindo materializá-los somente após a morte, quando são aplaudidos e endeusados, não somente onde viveram, porém até em toda nação e além fronteiras.

Uma dessas personalidades é Jorge Mateus de Lima nascido em 23 de abril de 1893 em União dos Palmares, onde passou sua infância até mudar-se para Maceió em 1902, quando mesmo ainda como estudante secundarista já escrevia poemas no jornal do colégio, posteriormente ingressando no curso de medicina na Bahia, graduando-se na capital federal de então, tendo trabalhado em sua área de formação, mas paralelamente se aprofundado na literatura.

Tempos depois, honrou o mandato de deputado e vereador, eleito que foi por Alagoas e Rio de Janeiro, respectivamente, pontificando como professor de literatura brasileira nas Universidades do Brasil e da Guanabara, nunca afastando-se da paixão pela escrita de romances e poesias, dedicou-se a fotomontagens e a pintura, havendo em 1939, concebido sua primeira tela: Mulher sonhando.

Ano seguinte, recebeu o grande prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras. Porém, ao tentar em três oportunidades ingressar naquela instituição, não teve sucesso. Em 1952, tornou-se presidente da Sociedade Carioca de Escritores pouco antes de sua morte, ocorrida em 15 de novembro de 1953, no Rio de Janeiro.

Neste ano de 2023, a Academia Alagoana de Letras estará a celebrar o aniversário de 130 anos de nascimento do seu aplaudido integrante, hoje considerado um dos maiores poetas brasileiros de todos as épocas.

O Projeto Jorge de Lima, será abrilhantado com a participação de especialistas nas inúmeras facetas possuídas pelo homenageado, enfocará suas habilidades, como poeta, romancista, artística plástico, expert em colagem de fotografias, enfim resgatará a história de um verdadeiro deus da literatura e arte brasileira, para quem simples aplausos, jamais serão suficientes.


Quer seja através da “Invenção de Orfeu”, no “Mundo do Menino Impossível” ou bradando aos ventos as aventuras do “Acendedor de Lampiões”, verdade é que o Príncipe dos Poetas das Alagoas viveu sempre a iluminar o planeta com a energia de sua criatividade.

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