O ASSASSINATO DE ZUMBI: O SADISMO DE UM CRIME e INHAMUNHÁ (Lenda da Serra Dois Irmãos ilustrada)

Crônicas

Por José Malta Fontes Neto - Jornalista MTE/AL 1740

Comecei o ano de 2023 de forma muito especial quanto as minhas leituras. Antes, porém, para justificar esta crônica devo dizer que de 2021 até agora já ofertei para amigos muitos exemplares do livro ADELSON DE MIRANDA: UM EXEMPLO A SER SEGUIDO, de minha autoria, editado pela SWA Instituto Editora em 2020.

Foi numa dessas ofertas, especificamente à amiga Sofia Vasconcelos, que resultou eu receber de forma carinhosa os livros: O ASSASSINATO DE ZUMBI: O SADISMO DE UM CRIME Imprensa Oficial Graciliano Ramos – 2016) e INHAMUNHÁ – Lenda da Serra Dois Irmãos ilustrada (Editora Veloso 2014), de autoria do viçosense Aloísio Vilela de Vasconcelos, pai da Sofia.

Agora sim, vamos a 2023. Na primeira semana do ano, li as duas obras e me encantei com as leituras.

O ASSASSINATO DE ZUMBI: O SADISMO DE UM CRIME é uma obra que deve ser lida inicialmente de uma só vez, caso seja possível, mas depois deve ser degustada, rabiscada, pontuada e estudada, pois o autor coloca inúmeras interrogações sobre a verdadeira história do Rei do Quilombo dos Palmares.

Dividido em onze capítulos, Aloísio Vilela distribui os temas desde o nascimento de Zumbi, a sua fortaleza, o modus operante da sua liderança, os diversos ataques sofridos, a possibilidade de existência de outros zumbis até a sua morte de forma cruel e sádica.

O viçosense Aloísio Vilela de Vasconcelos é professor da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, bacharel em Arqueologia pelas Faculdades Integradas Estácio de Sá e especialista em Arqueologia, pela Sociedade de Ensino Unificada Augusto Mota. E nesse livro, ele mostra a sua capacidade e expertise em apresentar documentos e as controvérsias entre pesquisadores que já escreveram sobre a saga de Zumbi.

Considerando a possibilidade de Zumbi não ter sido assassinado na Serra da Barriga, em União dos Palmares, o autor, com base em outras possibilidades, busca de forma incansável outras pistas do verdadeiro local do possível assassinato, cogitado inclusive que fosse na Serra Dois Irmãos no município de Viçosa, busca que não teve sucesso e levou ao autor a dizer que novas pesquisas arqueológicas devem ser viabilizadas.

Na conclusão, Aloísio Vilela faz uma extensa narrativa sobre os processos de situação que obrigam os homens do século XXI a terem suas vidas privadas de algumas necessidades básicas, num relato sobre os cortadores de cana nos tempos hodiernos.

Como disse, é uma obra que merece ser estudada, anotada e deve servir como norte para outras pesquisas.

A leitura da obra, nas suas 281 páginas, aguçou a minha curiosidade para ler “INHAMUNHÁ (Lenda da Serra Dois Irmãos ilustrada), um livro pequeno no formato, com apenas 109 páginas, mas grandioso em conteúdo, pois nos leva aos anos 1900 e nos faz mergulhar na ficção ou não das lendas dos nossos ancestrais.

Aloísio resgata a estória ou história de Inhamunhá – lenda da Serra Dois Irmãos - escrita por Álvaro Bali, um dos pseudônimos de Alfredo Brandão, tio-avô do autor, irmão de Isabel Brandão Vilela, avó materna do autor, que era casada com Capitão Senhor ( Elias Brandão Vilela), pai do Pai da Democracia, senador Teotônio Brandão Vilela, e que foi publicada pela primeira vez na Tribuna Popular de Penedo por volta de 1900, que versa sobre a paixão de dois irmãos índios por uma única índia. Essa história lendária deu origem a serra Dois Irmãos e a cachoeira do Rio Paraíba. O autor chega a questionar: fato ocorrido ou pura imaginação?

Uma narrativa curta, mas recheada de simbolismo, inclusive na conclusão, o autor pede às autoridades do município de Viçosa que, em forma de Lei, essa lenda se torne parte da cultura da cidade, para que todos tomem conhecimento.

Quero também ressaltar que ambos os livros contam com as ilustrações do jovem viçosense Erisvaldo.

Obrigado mestre Aloísio Vilela de Vasconcelos pelos presentes e por incitar a minha partícula de instigador para visitar a Serra Dois Irmãos e talvez, quem sabe, degustar de molhar um pouco de meu corpo com energia de Inhamunhá.

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