RIO IPANEMA, CONTUDENTE NUDEZ

Poesias

Por Walney Rodrigues Menezes

Abduzido pela dualidade do seu eco:
Fúria que mata e esperança que vive,
Consumo deste histórico e saudoso rio,
A força das suas enchentes
E a inóspita beleza que flerta os seus vazios.
Tal qual uma fonte d’água tagarela sem mordaça,
No barco do tempo relembro sua rebeldia frente a minha intrepidez.
E sob o vão de tantas pontes, - crio asas à vida em graça,
Lançando-me às lâminas de teu leito cortante,
Ávido para sentir na pele do meu corpo,
O perfume do desafio adolescente e os queixumes da sua acidez.
Após romper os labirintos que cerceiam suas margens
E, há anos e anos por demais distante,
Como filho pródigo verso nesta chuva de saudade,
Seus olhos em minha face por longos instantes,
Para que deveras continue em meus braços,
Mesmo dividindo com tantos, a peculiar contundência da sua nudez

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