5º ENCONTRO DOS SANTANENSES EM MACEIÓ OU A VOLTA DO FILHO PRÓDIGO

Crônicas

Joaquim Oliveira Chagas

Embora muitas sejam as folhas,
a raiz é só uma; Ao longo dos
enganadores dias da mocidade,
oscilaram ao sol minhas folhas,
minha flores; agora posso murchar
no coração da verdade. W.B. Yeats


Já passava das 13h30 minutos quando estacionei no local escolhido este ano para o 5º Encontro dos Santanenses. É a primeira vez que participo. Uma iniciativa do conterrâneo Maheval Chaves e equipe, com apoio de outros sertanejos ilustres.
Fiquei emocionado ao ver toda aquela gente que não encontrava há muito tempo. Calou fundo o sentimento de pertencimento tão importante para a estabilidade emocional e espiritual do ser humano - entre abraços, beijos e apertos de mãos emocionados, (me senti candidato em dia de eleição). O orgulho de saber que somos parte de algo maior que nossas vidas, que o caminho trilhado por todos e por cada um em particular, como diz muito bem o poeta Antonio Machado: “não existe caminho, o caminho se faz ao caminhar.”, contribui de uma maneira ou de outra, para a história de nossa querida Santana.

Contrariando o senso comum que diz: “quem volta ao passado sofre duas vezes”, claro se a experiência foi ruim, no nosso “5º Encontro dos Santanenses de Maceió”, a experiência de volta ao passado, foi acima de tudo um bálsamo, pois rejuvenescemos cada vez que relembramos nas conversas nossa meninice, mocidade e todos os sonhos que tivemos nos anos dourados da nossa juventude.
Ali naquela tarde, desfilava diante de mim amigos queridos, parentes, todos ligados por este passado comum. Gente que partilhou dos melhores momentos de nossas vidas e nos vê não com os títulos, e cargos que adquirimos, mas com olhos amorosos, - Este é o olhar de Deus para com seus filhos em Cristo Jesus. Por um momento, nossos pecados estão perdoados diante deste olhar generoso com que nos olhamos uns aos outros. Todos são lembrados pelos nomes carinhosos ou apelidos marcantes sem causar nenhum bullings: “ora, Sr. Doutor nós não sabe que é esta modernidade não”. – teria dito um caboclo de Santana. Muito pelo contrário, motivo de muitas risadas, por breves momentos a terra do nunca mágico, volta a existir pelo menos nas nossas lembranças estávamos todos de volta, naquela tarde a nossa querida Ítaca/Santana.
Conseguimos assim, entrar no Túnel do Tempo e voltar naquela época mágica onde acreditávamos: “Que o Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha cidade, mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha cidade. Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha Santana” Salve rio Ipanema, o Amazonas da minha infância.


Poderíamos dizer que foi uma tarde, memorável, aprazível, mas se deixar falar o coração sem freios diria que foi uma tarde Arretaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaadaaaaaaaaaa. Por favor, sem a breguice do obrigadooooooooo do Fábio Junior. Este é arretado do sertão mesmo.
Vamos à cronologia do evento para aquele que não puderam comparecer:
1º momento: Muitos abraços e beijos na chegada;
2º momento: Música instrumental e vocal e mais abraços para os que iam chegando;
3º momento: Apresentação pela nossa ex-prefeita Renilde Bulhões da obra do santanense Fernando Nepomuceno “Dicionário sobre Imposto de Renda”, obra única do gênero no Brasil. Orgulho da terrinha, parabéns conterrâneo;
4º momento: Declamação da poesia épica do primo e grande escritor Clerisvaldo Chagas sobre a Rio Ipanema, feita pela escritora Neilda Cavalcante
5º momento: Muito forró.
“Last, but not least”, mais abraços e zilhões de fotos para garantir a posteridade. Para os chegados, uma loira. Tudo regado a muita cerveja gelada.
E afinal, o que tem a ver com a “Parábola do filho pródigo?” Nada. Apenas me senti assim quando cheguei ao encontro. Não que sai de Santana para o mundo a gastar parte da minha herança, até porque não há tive. Porém dinheiro não compra felicidade, no máximo pode alugar. Herdei coisa melhor que gastei mesmo sem dó, nem pena, espalhei por onde andei e com quem encontrei e ainda encontro tudo que minha família e minha querida Santana me deram: AMOR, AMIZADE, TOLERÂNCIA, SOLIDARIEDADE. Enfim valores que recebi como herança.
Porque nesta época nós ainda recebíamos: educação dos pais, da escola, da igreja e da própria comunidade que com seus valores forjavam o caráter de todos.
Nesta tarde tudo isto foi revivido, relembrado com muita alegria.
Atenção agora para a chamada dos presentes: estava presente por ordem alfabética:
Desculpe, poderia esquecer de chamar algum nome e isto seria uma falta imperdoável.

Inté, saúde e paz a todos e vida-longa a nossa queria comunidade santanense.

Abraço já saudoso,


Maceió. AL. Em 25/11/2013

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